Relações Públicas frente ao cenário da moda

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Começamos hoje mais uma parceria com o blog uniRP! Dessa vez, é com os textos dos alunos da disciplina de Consultoria em Relações Públicas na Área Empresarial! Hoje, a estreia é das alunas Daniela Dummer, Juliane Meneghetti, Lilian Alves e do aluno Nikolas Desbezel. Obrigada à Profª. Ana Strohshoen, que oportunizou essa parceria.

Obs: Como a princípio os trabalhos eram pra ser de cunho acadêmico, e depois veio a ideia de postar no blog, os textos acabaram por ficar um pouco extensos, mas vale a leitura!



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No texto “Novos aportes para relações públicas”, da autora Maria Aparecida Ferrari, encontra-se nítida a necessidade de buscar pesquisas que comprovem e esclareçam a relação entre o profissional e o mundo ao qual ele pertence. O texto também reafirma que já é de praxi do profissional de Relações Públicas a necessidade de ter um bom relacionamento para com o seu público, conhecer a cultura e saber agir sob pressão não somente diante da mídia, do governo, da comunidade.

Para surtir efeito, é imprescindível analisar as características das culturas as quais a empresa se relaciona, assim como ter base em ensinamentos metodológicos, a fim de melhorar o empenho da empresa frente ao seu publico alvo. Segundo Ferrari:

"É preciso compreender que relações públicas é uma disciplina acadêmica e uma prática profissional. Como uma área de estudo, existe a necessidade de aprofundar os mecanismos de conhecimento dos relacionamentos entre as organizações e seus públicos".


Surgimento da moda


A moda surgiu no século 15, no início do Renascimento europeu. Com ela, as características das vestimentas passaram a diferenciar o que antes era igual. Na Idade Média, as roupas variavam de acordo com a classe social.

Tempos depois a Revolução Industrial, e a invenção da máquina de costura, fez com que o custo dos tecidos caísse. A partir daí, até os mais humildes puderam comprar roupas melhores e as pessoas sentiam, cada vez mais, a necessidade de se diferenciar. Assim, surgiu a alta costura, que produzia diferentes estilos por meio de estilistas que inventavam tendências.

Atualmente, essa busca pela diferenciação persiste, e o papel do consultor tornou-se fundamental. O consultor de moda é o profissional que tem conhecimento das tendências de moda lançadas nos principais polos industriais do mundo, tornando-se apto a orientar o cliente e dar consultoria em termos de moda, cores, estilo, tecidos, silhuetas.

Os modos de se vestir, de se adornar, de interferir sobre os corpos, são elementos que se compõem com outros vetores, os quais produzem os modos de ser, os modos de relação a si: as subjetividades (MESQUITA, 2004). Muito mais que exprimir a alma da moda, o vestuário traduz personalidades.

É neste momento que entra o profissional de Relações Públicas com o propósito de gerenciar essa criação de marca pessoal, com o auxílio das marcas de grifes de vestuário. Além de representarem a moda, devem também representar seu consumidor, imprimindo sobre si mesmas, sobre sua aura, o estilo de vida, os desejos e os valores de seu público, adquirindo uma personalidade e identidade própria. Isso porque, no mundo onde a competitividade cresce de forma acelerada, as marcas têm sido o diferencial de muitas empresas na conquista dos clientes, assim como de ascendência de status individual.


Cultura de consumo e pós-modernismo

O pós-modernismo surgiu e se transformou numa imagem cultural tão influente e poderosa que ultrapassou a duração de uma moda passageira e dá indícios de se conservar como uma imagem cultural poderosa por muito tempo.

A cultura de consumo tem como premissa a expansão da produção capitalista de mercadorias, que deu origem a uma vasta acumulação de cultura material na forma de bens e locais de compra e consumo. Sendo assim, ela é a apresentação de estilos de vida que não exigem mais coerência interna, não promove um estilo de vida singular, mas sim, alimentar e expandir uma série de estilos disponíveis aos públicos e consumidores.

A cultura de consumo usa imagens, signos e bens simbólicos evocativos de sonhos, desejos e fantasias que sugerem autenticidade romântica e realização emocional em dar prazer a si mesmo.


Profissional de Relações Públicas e sua relação com a construção de imagem

De acordo com Vieira a matéria-prima das Relações Públicas é a informação, “e formar opinião não é processo que resulta da informação, pois ela é um meio e não um fim em si mesmo” (VIEIRA, 2002; p. 30).

O profissional de Relações Públicas é peça fundamental para a construção de imagens fortes que possibilitem o alcance destes novos paradigmas, que apesar de serem eminentemente organizacionais, são na verdade mercadológicos, portanto, antecede a ideia de organização e se baseia no conceito de marcas. Tendo a convicção de que a imagem não pode ser inferior ao que representa, mas também não pode ser supervalorizada com o risco de desilusão, ela deve estar o mais próxima possível do real.

O trabalho para consolidação de imagem abre um campo de atuação imprescindível e fundamental para os Relações Públicas, para que possam tornar-se profissionais liberais como: os advogados, médicos, artistas, arquitetos, dentistas, fotógrafos, modelos e os próprios profissionais de Relações Públicas, a se perceberem como profissionais que podem ter uma imagem favorável diante da sociedade.


A moda na mídia

A necessidade crescente da busca pelo reconhecimento perante a sociedade tem feito com que as pessoas se deixem influenciar pelo consumo desmedido de produtos ofertados pelas indústrias culturais.

Isso se dá, dentre outros fatores, pela constante evolução e aprimoramento de novas tecnologias de comunicação, que possibilitam a circulação de informações de forma rápida e abrangente.

Neste contexto, observa-se que a constante difusão de valores estéticos realizados pela mídia, em especial pela TV aberta, tem se tornado essencial para o sustento da ‘indústria da beleza’ que faz com que o indivíduo, na necessidade de ser reconhecido como parte de um todo, absorva tais valores muitas vezes sem questionamentos.

Pezzolo (2003) afirma que a moda está ligada à cultura e aos costumes dos povos, à arte, a aspectos da economia. Com essa riqueza de informações, documenta claramente épocas passadas, o que leva a concluir-se que moda é sinônimo de mudança.


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Referências:

FERRARI, Maria Aparecida. Novos aportes das relações públicas para o século XXI.
Comunicação & Sociedade. São Bernardo do Campo: Póscom-Umesp, a. 24, n. 39, p. 53-65, 1o. Sem. 2003.

LIPOVETSKY, Gilles. O Império do Efêmero: a Moda e Seu Destino nas Sociedades Modernas. Companhia das Letras, 2003.

MESQUITA, Cristiane. Moda Contemporânea. Anhembi Morumbi, São Paulo, 2003.

PEZZOLO, Dinah Bueno. Moda Fácil. Códex, São Paulo, 2003.

VIEIRA, Roberto Fonseca. Relações Públicas: opção pelo cidadão. Editora Mauad. Rio de Janeiro, 2002.

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