Entrevista 2: Relações Públicas online

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Como ontem eu comentei, irei postar as entrevistas que fiz para a pesquisa do meu trabalho de conclusão. A primeira das 5 entrevistas foi a da Carol Terra e hoje será postada a da RP Marcia Ceschini.

Para quem quiser saber mais sobre como foi o processo de amostragem, que chegou nesses 5 nomes, podem acessar o meu trabalho na íntegra nesse link.


Marcia possui formação (graduação, pós e especializações): bacharel em letras e, em seguida, fez Relações Públicas. Especialista em Marketing, pós-graduação. Estudiosa das comunicações digitais desde 2006.
Empresa onde atua e em qual setor (área): Chilli Comunicações. Parceira da Chilli, fazendo a parte digital. Tinha a própria consultoria, mas o pessoal da Chilli a chamou para fazer a parte digital, para fazer as estratégias junto com o pessoal de comunicação offline. Fazem de tudo, por isso se chamam comunicação 360º, englobam tudo que é de comunicação.

Como surgiu o interesse pela área digital e como você acabou ingressando nessa área? 

Foi nos primórdios da Internet. Eu casei em 97, e meu marido fazia faculdade de administração de banco de dados, e ele voltava da faculdade e ia fazer os trabalhos na Internet, quando, então, ele me mostrou a Internet. Fui pro chat do UOL, e comecei a ver que aquilo era um canal de comunicação. Comecei a ler as revistas INFO dele, revistas de tecnologia...e comecei a gostar dessa parte. Ainda não tinha uma atuação. Era mais uso. Comecei primeiro como usuária e fui acompanhando essa inovação. E aí o que aconteceu: 2006 começaram a surgir as redes sociais. Mas primeiro surgiram os blogs, em 1997. Em 98 eu fiz um blog, ainda no portal do Comunique-se. Mas eu achava uma comunicação muito estática, as pessoas não comentavam. Então eu abandonei o blog. Depois eu acabei fazendo um outro tipo de site no UOL de RP. E na pós-graduação, em 2006, os blogs tiveram uma importância muito grande no que é agora a nova comunicação, porque os blogueiros começaram a ser referência, começaram a ser informadores do que estava acontecendo. Então era assim: na minha pesquisa pra mono: vinha a informação pro blog, 3 a 4 dias depois ia pros portais e 1 semana só depois ia pra mídia impressa. Ou seja, tinha um delay muito grande que hoje não tem mais. Então os blogs... o que acontecia: eles começaram a pesquisar blogs de outros lugares, tinha muita referência, e eles começaram a compartilhar...começou aí essa questão de compartilhar conteúdo. E eles passaram a ser nossos informadores. E eu comecei a ver que era um canal. Eu comecei a estudar, e as redes começaram a ter mais volume. E de 2009 pra cá é que começou a se profissionalizar essa questão do digital.

Como Relações Públicas com experiência na área digital, quais as funções e atividades que você realiza especificamente?

Eu não sou mais só RP, sou especialista em Marketing, então eu tenho assim: você faz toda aquela aula de planejamento, que geralmente a gente não gosta na faculdade, e é super importante. Porque você tem que fazer uma análise de cenário, tem que saber quem é o público com quem você vai falar. E é mais de um público. Que linguagem você vai adotar, o que você vai publicar. Então são informações estratégicas...então eu atuo como planejamento estratégico de comunicação, que não envolve só relações públicas, mas envolve uma linguagem publicitária. Como eu tenho experiência, eu trabalhei em agência de propaganda também, trabalhei em veículo, então eu tenho uma gama maior de informação pra trabalhar isso. Se eu fosse definir a essência do meu trabalho lá, é relações públicas puro...porque é relacionamento. Tanto para o que a gente presta para os nossos clientes, tem a equipe que trabalha comigo, a equipe é focada pra trabalhar em cima de relacionamento: ser cordial, responder quando falam conosco, a gente foca em relacionamento. A gente procura trabalhar não só falando da empresa, mas do universo que ela atua.

Como acontece o mapeamento, estudo e monitoramento dos públicos de interesse de determinadas áreas de atuação das empresas (clientes) no ambiente digital? 

Como eu falei, já é previsto no planejamento de comunicação que é feito para o cliente. Quem nós vamos seguir? Às vezes vem uma pessoa que não é da área do cliente, mas ela é interessante, então a gente retribui o follow. É uma relação sempre direta com quem segue. É dentro do universo de atuação desse cliente, por exemplo, a gente tem um cliente que vende presentes finos, então a gente segue quem: arquiteto, decorador, organizador de evento. E de monitoramento, nós trabalhamos com uma ferramenta paga, chamada Live Buss, que permite que você monitore Facebook, Orkut, comunidade aberta, blogs, twitter e o Yahoo, e o Flickr. Onde a pessoa mencionou o cliente, a gente cadastra as palavras-chave, então o programa faz o mapeamento pra gente.

Como é realizado o planejamento para fins de relacionamento online entre empresas (clientes) e seus públicos? 

É basicamente dentro do foco de atuação. Se a gente atende um salão de beleza, a gente vai falar tudo de beleza. Seguir revistas de moda, lojas de sapatos, de roupa, blogs de dica de beleza, e é seguido por pessoas que gostam do salão. Mas fazemos um trabalho dentro do universo de beleza, porque um salão de beleza não é só cortar cabelo e fazer unha, tem as revistas de fofoca, que a cliente vai lá e vê, então a gente faz todo esse universo.

Para você, qual a importância de ter um Profissional de Relações Públicas à frente do planejamento e coordenação das atividades de relacionamento e fomento de conteúdo digital entre empresas-públicos? 

Eu diria que não só no digital. O RP é essencial em tudo. Nas minhas palestras eu falo para as pessoas: no mundo ideal, é interessante que tenha profissional de relações públicas, de publicidade, de jornalismo e de marketing trabalhando junto. Mas o que acontece? Pelas necessidades de mercado, eles procuram um profissional que tenha tudo isso. Por exemplo, RP não é preparado para fazer publicidade, não tem talento. Claro, isso no geral. Estamos na era do compartilhamento, do crowdsourcing, então é você juntar talentos para fazer uma comunicação melhor. Eu sou a favor de que sim um RP possa chefiar uma equipe de comunicação. Sempre falo nas palestras: não se limitem a ser contratados como relações públicas, porque RP cabe em todo lugar. Em qualquer lugar onde a comunicação não flui, você cria qualquer coisa que é uma comunicação. E é super importante, porque nós temos uma visão, ao contrário das outras matérias – não desprezando, porque eu dou valor a todas – nós temos a visão plena do cliente, do público envolvido, da empresa, da imagem da empresa, então nossa visão é mais ampla, então esse é o ganho para nós.

Especificamente, a partir da sua visão e experiência, qual é a função de um Relações Públicas frente ao cenário digital?  

Quando o cenário digital começou, eu comecei a falar para o pessoal da nossa área: se nós não aproveitarmos este momento, RP vai acabar. Porque assim, falando no que a gente começou falando, RP tem uma bibliografia defasada, tem uma atuação profissional estacada, ainda tem profissional pensa que fazer comunicação é fazer house organ, é fazer evento, e nós fazemos um trabalho muito mais abrangente do que isso, nós fazemos gerenciamento de marca, junto como pessoal de marketing, trabalhamos a imagem institucional da empresa. E uma outra coisa que eu acho essencial para um profissional de relações públicas é ética.

Conte como foi o processo de criação, planejamento, execução e avaliação de um case de comunicação digital específico em que você atuou ou participou, e que a atividade de Relações Públicas foi fundamental para o êxito de tal campanha: 

Um exemplo recente, que já está no nosso blog, da Chilli, a gente fez uma ação pontual pra Lupo, que a fábrica é em Araraquara. Do lançamento do “Neimar agora é Lupo”. Foi uma ação pontual, naquele final de semana, monitorou quando o Neimar fosse mencionar que ele era Lupo, e a gente criou, junto com a G2, que é a agência oficial da Chilli, mini vídeos sobre, tipo um making of da campanha, então em uma semana teve mais de 160 mil acessos no vídeo, e a gente mostrou pro cliente o relatório dessa ação, quantos seguidores ele ganhou no final de semana – porque foi um trabalho basicamente de 5 dias – em termos de número, é um caso de mais número. Também teve a Guedes Alumínio, que é uma fábrica local, que fazem caneca. Fizemos o site para eles, e eles queriam fazer uma ação pra trazer gente para o site. Então o que a gente fez: o sorteio, de uma choppeira de 4,2 litros e uma caneca de 1 litro, personalizada, e assim, no primeiro dia já teve 26 pessoas visitando, a pessoa tinha que visitar, deixar os dados no site, e falar qual caneca quer. São ações que você faz, e só dar certo se tiver o engajamento, se quem vai consumir aquela comunicação vai se interessar por ela.

Na empresa ou agência onde você trabalha (trabalhava) há um reconhecimento de que o profissional de Relações Públicas é um grande indicado (talvez um dos mais preparados) para a atuação online por parte da diretoria e colegas? Por quê?

Tem. E assim, a gente usa isso como diferencial competitivo. Pois falamos que somos uma equipe multidisciplinar, tem relações públicas, tem jornalista, tem publicitário, tem estrategista, então eles não só valorizam, como eles fazem questão.

E para finalizar, (na sua opinião), para um profissional de Relações Públicas poder atuar a frente da área digital, qual a formação e conhecimento que ele precisa ter para desempenhar esse tipo de trabalho?

Seja comunicador, não podemos nos limitar a ser publicitário, ser jornalista, a gente tem visto que o mercado faz com que você seja comunicador. Você vai além da sua área de formação. É possível, por exemplo, que você seja relações públicas e faça trabalho de assessoria de imprensa digital. A pessoa deve ter em mente que ela é um comunicador, tem que falar mais de um idioma, aquela questão da curiosidade profissional, estar a par de tudo, e gostar. Eu trabalho 12 a 14 horas por dia com internet e ainda chego em casa e vou estudar. De um dia pro outro aparecem muitas coisas nessa área, então você que trabalha com digital não sabe, então quem vai saber? O desafio é diário.

Entrevista: Relações Públicas online

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No segundo semestre do ano passado, fiz minha monografia, meu trabalho de conclusão de curso, sobre Relações Públicas online: relacionamento com os públicos através das ferramentas digitais (está aqui, para quem quiser conferir).

Na minha pesquisa, escolhi fazer entrevistas com profissionais de Relações Públicas que atuassem nessa área pelo menos a mais de 3 anos. No processo de amostragem, cheguei a 5 profissionais.

Como as entrevistas foram ótimas e me deram muito material para a minha avaliação, achei que seria um "desperdício" deixá-las apenas no computador, sem divulgar. Portanto, hoje inicio a série de postagens de 5 entrevistas que compuseram o meu trabalho final da graduação.

Começo com a entrevista com a Carol Terra, doutora e mestre em Interfaces Sociais da Comunicação, especialista em Gestão Estratégica da Comunicação Organizacional e Relações Públicas, todos pela ECA-USP, e formada em RP pela UNESP/Bauru. Iniciou sua carreira em Bauru, atuando em empresas como FIAT e Associação Hospitalar de Bauru. Atuou como Relações Públicas da Vivo, foi coordenadora de comunicação corporativa do MercadoLivre e dirigiu a área de Mídias Sociais da Agência Ideal. É atualmente docente para os cursos de Relações Públicas e Publicidade e Propaganda da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado e da pós-graduação em Comunicação Digital, da ECA-USP. Também ministra disciplinas relacionadas às mídias sociais e comunicação organizacional em diversos cursos de pós-graduação pelo Brasil. É autora do livro Blogs Corporativos, Mídias Sociais...e agora? e editora do blog RPalavreando.


Como surgiu o interesse pela área digital e como você acabou ingressando nessa área? 

Eu sempre gostei da área digital e tive meu primeiro contato na universidade, quando fiz um curso de mídias digitais, pelo Senac. Na época, era algo relacionado com webdesigner e construção de sites em HTML. Logo que me formei, fui trabalhar em uma operadora de telefonia celular – Vivo - e o contato com tecnologia foi ainda mais natural. Passei a cuidar da intranet da empresa e, automaticamente, estava lidando com mídias digitais. Depois de quase cinco anos na operadora, fui convidada para estruturar a área de comunicação corporativa de um site de comércio eletrônico, o MercadoLivre. Mais uma vez, o contato com tecnologia e mídias digitais cresceu e se solidificou. Em paralelo, sempre fui tocando minha carreira acadêmica, cursando uma extensão, uma pós (latu senso) e o mestrado e doutorado. Quando saí do MercadoLivre, resolvi abrir minha própria agência de comunicação totalmente focada em mídias sociais, a FourC. A 4C logo foi incorporada pela agência Ideal, onde me tornei a responsável pela área de mídias sociais tocando contas de clientes como Google, McDonalds, Pepsico, Hospital Albert Einstein, Grupo Pão de Açúcar, Nike etc. Há alguns meses, saí da agência para um período sabático e ao retornar ao Brasil, em novembro, pretendo me dedicar à carreira acadêmica e também à consultorias empresariais pontuais.

Como Relações Públicas com experiência na área digital, quais as funções e atividades que você realiza especificamente?

Sou responsável pela gestão de todas as contas acima mencionadas e por todos os funcionários da agência que cuidam destas organizações. Portanto, tenho que supervisionar e intervir no planejamento de relações públicas digitais para cada uma das contas, monitoramento e acompanhamento da marca (escolha dos softwares mais adequados), entrega e produção de relatórios de performance específicos dos perfis de mídias sociais destas empresas, desenho de estratégias de mídias sociais, gestão de crises nesse ambiente e consultoria de ações de comunicação voltadas ao ambiente digital. Além disso, sou responsável pela gestão dessas pessoas, produção de treinamentos, cursos, palestras e workshops de mídias sociais para tais organizações, para a minha equipe e para os demais funcionários da agência.

Como acontece o mapeamento, estudo e monitoramento dos públicos de interesse de determinadas áreas de atuação das empresas (clientes) no ambiente digital? 

Cada cliente tem uma necessidade de comunicação específica que demanda ações e públicos específicos que quer atingir a depender de seus objetivos. O mais importante a ser definido antes de iniciar qualquer estratégia de comunicação digital é o objetivo que se quer atingir ao estar nestes ambientes. Aí, passa-se ao mapeamento dos públicos de interesse que consiste em encontrar em quais ferramentas estes estão, que tipo de linguagem utilizam, que tipo de abordagem querem etc. Faz-se um diagnóstico de presença da marca nos ambientes digitais, definindo-se qual é a percepção que os públicos têm dela e também aproveita-se para identificar onde estão os públicos que dela falam, quem são, qual seu nível de influência, qual é a favorabilidade em relação à empresa e quem são seus principais influenciadores. O primeiro passo, portanto, é esse diagnóstico da marca nos ambientes de mídias sociais.

Como é realizado o planejamento para fins de relacionamento online entre empresas (clientes) e seus públicos? 

Da mesma forma que se realiza o planejamento de ações de comunicação, independente da mídia (suporte) que se vai utilizar. Diagnóstico, definição e mapeamento dos públicos (perfis, linguagem, abordagem), escolha das estratégias de ação, definição das ferramentas de controle (softwares de varredura, de monitoramento) e avaliação (formatos de relatório), periodicidade etc.

Para você, qual a importância de ter um Profissional de Relações Públicas à frente do planejamento e coordenação das atividades de relacionamento e fomento de conteúdo digital entre empresas-públicos? 

O profissional de RP é a meu ver o mais bem preparado para lidar com ações de relacionamento no ambiente digital, justamente por conhecer toda a metodologia de contato entre uma organização e seus públicos. Temos uma formação mais holística que nos permite traçar estratégias de relacionamento entre organizações-públicos independente do instrumento, mídia, suporte a ser utilizado. No entanto, outras habilitações da comunicação e outras áreas como administração, economia, estatística etc têm se apropriado do tema e também trabalhado com isso. Não somos os únicos aptos às mídias sociais, mas temos um conjunto de características que nos permite atuar com isso, se quisermos.

Especificamente, a partir da sua visão e experiência, qual é a função de um Relações Públicas frente ao cenário digital?

O nosso maior papel é o de gestor da comunicação, seja no ambiente on ou offline. Temos a função de delinear estratégias de comunicação para as organizações sejam elas no ambiente on ou offline. Podemos atuar em qualquer etapa da produção do trabalho: desde a concepção, planejamento, até execução em si das estratégias digitais, avaliação e entrega.

Conte como foi o processo de criação, planejamento, execução e avaliação de um case de comunicação digital específico em que você atuou ou participou, e que a atividade de Relações Públicas foi fundamental para o êxito de tal campanha:

Gosto muito do caso do uso das mídias sociais para o McDia Feliz, do McDonalds, em parceria com o Instituto Ronald McDonald, no combate ao câncer infantil.
Primeiro planejamos a estratégia pré-evento: contatamos todos os influenciadores online que poderiam nos ajudar a disseminar a rmensagem sobre o McDia e incentivar a adesão por parte da opinião pública em geral.
Convidamos alguns desses influenciadores online para a coletiva de lançamento do evento e também para fazer a cobertura do dia em tempo real.
O resultado foi um sucesso estrondoso: conseguimos entrar nos trending topics globais, nacionais e locais com o tuitaço coletivo que foi promovido e também nos relacionamos com webcelebridades que ajudaram a dar volume e brilho à causa.
Além da ação de relacionamento, totalmente pautada em estratégias de Relações Públicas, também fizemos uma cobertura em tempo real do evento via Twitter e acabamos por ganhar a atenção de outros usuários que nos ajudaram a difundir a mensagem e deixar o dia em evidência.

Na empresa ou agência onde você trabalha (trabalhava) há um reconhecimento de que o profissional de Relações Públicas é um grande indicado (talvez um dos mais preparados) para a atuação online por parte da diretoria e colegas? Por quê?

Sim., certamente, pois eu era uma das diretoras da agência e a única responsável pela área de mídias sociais. Esse reconhecimento me foi dado pela minha formação e pelo investimento acadêmico que sempre fiz na área.

E para finalizar, (na sua opinião), para um profissional de Relações Públicas poder atuar a frente da área digital, qual a formação e conhecimento que ele precisa ter para desempenhar esse tipo de trabalho?

Primeiro, o profissional precisa ter uma sólida formação com conhecimentos gerais e técnicos bons, conhecimento de línguas, flexibilidade, jogo de cintura, capacidade análitica e de entrega de resultados. É preciso provar sempre os resultados que deram a ação que foi feita em mídias sociais. Depois, é preciso investir em alguns cursos específicos voltados para a área, leituras e análise de cases e assim por diante. Se o profissional não tiver a chance de ganhar experiência nessa área, sugiro que monte um portifólio próprio de ações a partir de seus perfis pessoais de mídias sociais, pequenos trabalhos na área para negócios menores, instituições filantrópicas etc. Vontade e proatividade também são fundamentais.

XVII Seacom

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Com o tema "A Comunicação pode mudar o mundo", a XVII Semana Acadêmica do Curso de Comunicação Social da Unisc acontece semana que vem, de 20 a 24 de agosto.


As palestras serão nos turnos da manhã e da noite, e a tarde terão oficinas com os profissionais. Abaixo, segue a programação:

Todos os alunos do Curso de Comunicação Social, bem como profissionais e interessandos estão convidados a participarem!

Comunicação em ascensão

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Trazendo novamente uma notícia importante para a área de Comunicação que saiu essa semana, o site do Jornal Cruzeiro do Sul trouxe: “Procura por comunicólogos deve crescer 15%”. E complementa: Mercado está em alta para jornalistas, assessores de imprensa, relações públicas e outros da área, em 2012.

Não querendo ser repetitiva em relação ao post da semana passada aqui no uniRP, somente quis trazer a notícia afim de comentá-la brevemente, e reforçando ainda mais o quanto os tempos são favoráveis e os ventos sopram na direção da comunicação. E aqui, em comunicação, leia-se o trabalho integrado das áreas, atuando de maneira a convergir os esforços e habilidades de cada um para um mesmo caminho, apresentando uma forma de fazer a comunicação de forma excelente, completa e eficaz.

A reportagem começa trazendo que, devido ao cenário vigente – o de grande competitividade das empresas, similaridades de produtos e serviços e inovações voláteis, além da liberdade que o consumidor encontra com as redes sociais em suas mãos – a urgência é em adotar uma diferenciação e humanização, com foco em diálogo e relacionamento. Sobre isso, um trecho diz “Diante desse cenário, tornou-se fundamental mostrar ao mercado e ao consumidor quem é a empresa por trás de um produto. "Uma empresa que constrói uma forte reputação tem uma grande vantagem competitiva, principalmente em mercados de grande concorrência. É aí que se insere o trabalho dos profissionais de comunicação, como o relações públicas, o assessor de imprensa e o jornalista", destaca o professor Maurício Luis Marra, Diretor Acadêmico da ESAMC Sorocaba”. 

E pra complementar, o mesmo professor diz: “Uma organização não fala somente com esse público. Ela se relaciona, também, com seus colaboradores, parceiros, fornecedores, distribuidores, governo, comunidade etc. Aqui, novamente, temos que ter profissionais qualificados para exercer o trabalho de relações públicas, assessoria de imprensa e jornalismo empresarial”.

Já passamos da metade de 2012 e mesmo assim as previsões só melhoram, o que devemos esperar que em 2013 a realidade possa ser ainda melhor. Portanto, é muito importante que os comunicólogos invistam em sua formação, além de uma atualização constante em relação às exigências do mercado.

Como há muito já se vem percebendo, as áreas da comunicação não devem ficar estanques às suas atividades e características iniciais. Múltiplas habilidades e, principalmente, visão holística das estratégias de comunicação como um todo vêm a acrescentar e diferenciar o profissional.

Relações Públicas: uma conquista de espaço

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Ontem, na revista Meio & Mensagem, foi publicada uma entrevista com Richard Edelman (CEO da Edelman - nada mais, nada menos do que a maior empresa de Relações Públicas do mundo).

Na entrevista, imperdível - diga-se de passagem -, ele fala sobre o negócio da empresa, que primeiramente foi criada por seu pai, e que vem crescendo exponencialmente, trabalhando para grandes empresas e marcas a terem diferencial num mundo de alta competitividade. Além disso, fala também das metas e das visões de futuro dele para o negócio da empresa.

Uma parte que vale destacar é quando ele diz que a empresa não fará parte de uma holding de publicidade, pois "se entrarmos para uma grande holding, a disciplina de relações públicas se tornará subserviente à publicidade, porque, por enquanto, ela é muito maior em volume de negócios. Em uma campanha, geralmente, o criativo da agência diz “vá e faça”, e o RP faz. Nós não acreditamos mais neste modelo histórico e defendemos que as ideias que estão do lado de relações públicas vão prevalecer em relação às da publicidade daqui para frente". E complementa expondo sua opinião sobre a atualidade, perspectiva que sabemos que há anos vem se consagrando: "A razão é que mentalidade das pessoas está mudando. Antes, uma celebridade como Pelé apoiava um produto e dizia porque o estava comprando. Agora, as pessoas querem saber o que os seus amigos estão dizendo sobre o produto".

A entrevista traz de forma contundente a dualidade como ainda é vista e operada a relação Publicidade e Relações Públicas. Como Richard comenta, "A publicidade foi ótima em um período de confiança e de concentração de mídias. Mas as pessoas não acreditam mais nos governos e corporações. A publicidade representa mensagens de cima para baixo, com sua característica de ser estática e com forte impacto visual. As relações públicas, pelo contrário, são melhores em mensagens horizontais, para diversos públicos". Esse trecho é importantíssimo, mas não devemos olhar no sentido de competitividade, de disputa de posições, mas sim que os tempos estão mudando - de fato - e que a realidade e a mentalidade dos profissionais da área devem focar para esse caminho ao qual ele explica e que claramente vemos como a união de esforços e não de um sobrepondo-se ao outro.

Um outro trecho diz que "Antes, o foco era na campanha e o RP era o fim da cauda da raposa. Agora, ele vem primeiro, para ajudar na formação de opinião e iniciar o buzz que a publicidade irá seguir". Se antes a publicidade foi importante (e de fato foi) em tempos de consagração das marcas e ganhos de posicionamento destacado, hoje sabemos que a publicidade não pode mais agir sozinha e nem prescindir das Relações Públicas em uma atuação conjunta, em prol de um trabalho de comunicação completo e estratégico essencial para as empresas atualmente. Como a frase abaixo, que a página Espalhe compartilhou:


Vejo isso não como uma queda da publicidade, mas sim que, comparado a outros tempos, Relações Públicas tem grande valor tanto quanto, ou até mais, em virtude dos tempos atuais em que vivemos, onde reputação, imagem e posicionamento estão tendo novas roupagens perante a visão do consumidor, que não aceita (e não acredita) mais que as empresas falem por si, ele quer falar e quer ouvir os seus semalhantes falarem de igual maneira.

Sabemos (e é quase palpável) o quanto as Relações Públicas vêm crescendo, e o cenário das redes sociais ajudou muito nesse processo, como Richard Edelman comenta na entrevista. Nesse sentido, também ouvi das entrevistadas de quando eu fiz meu trabalho de conclusão de curso (eram RPs, que trabalham há mais de 3 anos com comunicação digital), agora é a hora de RP se firmar como estrategista da comunicação, de consagrar sua posição perante a área da comunicação como um todo.

 E aproveitando o ensejo da entrevista e desta discussão, gostaria de comentar uma realidade que constatei há uns dias, na ocasião em que fui falar sobre RP em uma turma de primeiro semestre do curso de comunicação, na disciplina de introdução a comunicação. Trata-se de uma realidade totalmente oposta de quando eu, por exemplo, entrei na faculdade. Se antes a maioria eram alunos de Publicidade e Jornalismo, agora isso se inverteu: nesta turma em questão, de 60 alunos (vou arredondar) 25 eram alunos de Relações Públicas, 25 de Produção em Mídia Audiovisual (um curso que vem crescendo muito também) e os 10 restantes se dividiam entre alunos de Publicidade e Jornalismo.

Não quis falar disso por um intuito de competição, claro que não. Apenas que devemos estar atentos e saber essas realidades da nossa área, e também por constatar o quanto de fato a área de RP vem adquirindo reconhecimento, não só por parte do mercado em si, mas também, agora, na área acadêmica.

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