Mídia e interatividade: blogs corporativos

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Dando continuidade à nossa parceria com a turma de Oficina de Redação em Relações Públicas II, hoje trazemos o texto das alunas Bruna Kohl, Francine Weis e Helena Schuck.


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Devido às necessidades de cada vez se relacionarem mais, interagirem e passarem transparência para com seus públicos, as empresas passaram a recorrer às mídias sociais, oriundas do advento da internet. Os blogs corporativos são uma das ferramentas que fomentam esses objetivos e que passam a ser muito importantes para as organizações.

A partir dessa ideia, começou-se a perceber a importância do profissional de Relações Públicas como gerenciador desse novo cenário virtual. Isto, pela atividade deste profissional estar ligada às relações com os públicos e o trabalho com a imagem das organizações. É fundamental ter responsabilidade quando se refere aos públicos de uma empresa que não pode ter sua imagem prejudicada, para isso o Relações Públicas deve atuar com transparência e transmitir uma comunicação interativa. Todos esses elementos são necessários para que ambos (empresa e público) possam sair beneficiados. Preceitos fundamentais para se trabalhar com ferramentas da Internet e, neste caso mais precisamente, com os blogs corporativos.

O relacionamento entre a empresa e seus públicos é de extrema importância para a construção e manutenção de uma marca, por esse motivo as empresas devem preocupar-se em construir relacionamentos sólidos. Atualmente os clientes estão mais atentos e exigentes querendo cada vez mais participar ativamente das atividades relacionadas à empresa.

Os blogs corporativos servem como ferramenta de grande potencial para oferecer um espaço que permite uma melhor forma de interação e relacionamento entre seus públicos. Utilizando-se desse espaço para informar o público, a empresa ganha credibilidade, quando permite ouvir e dialogar com seus públicos de interesse sobre o ramo em que a empresa atua. Os blogs corporativos tem o objetivo de mostrar as novas tendências de mercado, um novo produto a ser lançado, dando ênfase às características da empresa, explorando o que ela traz de novo para o mercado em geral.

Para sair um pouco da teoria, analisamos o blog corporativo da LG Brasil e concluímos que ele atinge os objetivos que os blogs empresariais propõem. É um exemplo de blog eficaz, pois tem acesso a todas as outras mídias sociais (Twitter, Facebook, Youtube, Flickr), possui enquetes, o conteúdo dele é todo voltado ao lançamento de produtos da LG, focando a tecnologia e o design e, ainda, o cliente pode comentar e tirar dúvidas. Ou seja, ele realmente estreita o relacionamento da empresa com seus públicos com interatividade. E, apesar de não contar especificamente com um Relações Públicas, possui três colaboradores que são da área de Comunicação. Quem quiser conferir, é só acessar aqui.

Reputação

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Que palavrinha forte não é? E não é só a palavra, mas aquilo que se torna quando se tem.

Antes de falar de reputação, falarei de imagem e identidade organizacional. Autores da administração e comunicação usam muito estas palavras para se referir a conquista de credibilidade, de força no mercado. Nós de relações públicas sabemos bem a importância de se ter uma reputação.

Imagem são as ideias e todos os valores transmitidos por uma empresa através dos seus meios, em prol de criar uma personalidade, é a concepção dos diversos públicos referente a empresa. Se a imagem foi boa, isso pode garantir maiores clientes e lucratividade. Já a identidade, é aquilo que a empresa é, a própria personalidade da organização, aquilo que ela é e faz, marcando a diferença de uma empresa, tornando-a especial e original.

Dei essa introdução para chegar na palavra Reputação, uma palavra que dá crédito a empresa, um renome, fama, enfim, a coisa mais valiosa que se tem em âmbito organizacional. É a concepção dos públicos que surge de dentro para fora do ambiente. Uma boa reputação atrai bons funcionários, a empresa investe em ações sociais, ambientais, é revestida de uma concepção forte, que mistura identidade e imagem, algo muito difícil de se conquistar e manter.

Mas a questão atual discutida por vários autores é: o quanto uma crise pode afetar a imagem de uma organização com boa reputação? As empresas que possuem uma reputação podem garantir competitividade depois que cases como estes abaixo acontecem? (Achei algumas matérias de empresas que já passaram por isto)

Uma matéria sobre a Vale, que retrata a dura realidade da greve de nove meses dos mineiros da operação da empresa no Canadá, que chama atenção tanto pelos prejuízos causados (por volta de 1 bilhão de reais) como pela natureza do enfrentamento;
A segunda matéria fala sobre a Parmalat, que é controlada pela Laep, empresa que se juntou à Leitbom, em um consórcio que determina a operação de compras, vendas e produção de forma conjunta, visando enfrentar, assim, o grande desafio de reerguer a operação da empresa;
E, por último, uma curta, mas impactante matéria sobre a Nike, que tem enfrentado protestos devido às relações de exploração de trabalho que a empresa já havia se comprometido a combater. O problema mais recente tem ocorrido nas Honduras, onde duas fábricas fechadas não cumpriram com a indenização devida a seus funcionários.

Para responder a essas questões é importante compreender que, nas três matérias aqui citadas, estamos falando de crises, que podem impactar em maior ou menor grau a reputação de uma organização. Por outro lado, estudos indicam que empresas com reputação forte conseguem enfrentar melhor momentos assim.

A Reputação Corporativa deve ser compreendida como um ativo intangível, mas que tem impacto direto nos resultados financeiros de uma empresa a medida que gera comportamentos de apoio dos stakeholders em relação à própria empresa. A reputação depende das ações da empresa a longo prazo e é uma representação coletiva, somatória das percepções formadas sobre a empresa ao longo dos anos. Diferente da imagem da empresa, que é formada em curto prazo e, assim, é mais vulnerável a crises.

Como a organização age, como responde, o grau de transparência e de respeito a todos os envolvidos direta ou indiretamente. Se a organização fere seus princípios e valores disseminados, os empregados passam a questionar a credibilidade do discurso institucional versus sua prática. Isso leva a perda de confiança interna. Além disso, a percepção externa negativa sobre a empresa durante a crise afeta o orgulho de fazer parte da organização. Esse é um ciclo onde impactos internos e externos geram perdas e quebra de confiança.

As empresas hoje precisam aprender cada vez mais como lidar com a cobertura da mídia numa sociedade da informação, onde todos geram mensagens e produzem meios capazes de atingir globalmente em instantes uma audiência incalculável. Aí é que entramos, caros relações públicas. Como construir um reputação sólida, fazer tudo isto ganhar corpo, só com muita competência, seriedade e ética, que acho que são os princípios dos profissionais envolvidos na sua construção.

O lugar certo para experimentar

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A partir de hoje, durante esse semestre, estaremos publicando textos produzidos pelos alunos da disciplina de Oficina de Redação em Relações Públicas II, ministrada pela Profª. Elizabeth Hüber Moreira. Trata-se de uma parceria feita conosco, do blog uniRP, para que possamos divulgar os ótimos materiais que tem sido produzidos dentro da academia. Desde já queremos agradecer a disponibilidade e contribuição dos colegas e da Prof. Liza, que oportunizou essa parceria!

Hoje é a vez do texto das alunas: Manoela Carvalho, Tamara Arend de Freitas e Vanessa Britto Vighi.


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Para nós, universitários, é comum sermos perseguidos durante toda nossa vida acadêmica por uma grande preocupação que gira em torno de como deveremos nos portar depois de formados e como enfrentar de forma ética o mercado de trabalho. Pensando nessas dúvidas, é comum encontrarmos nos campus dos Cursos de Comunicação Social espalhados por todos os lugares, as chamadas Agências Experimentais de Comunicação.

Essas Agências são formadas por alunos, remunerados ou voluntários, das diversas áreas da comunicação (Jornalismo, Publicidade e Propaganda, Marketing, Produção em Mídia Audiovisual, Relações Públicas...) e tem como objetivo principal fazer com que o acadêmico coloque em prática o aprendizado de sala de aula, para que, depois de formado, esteja preparado para enfrentar o mercado de trabalho.

Nas Agências, os alunos trabalham para os alunos, produzindo materiais informativos, jornais, revistas, cartazes, folders, vídeos, organizando eventos, fazendo planejamentos, entre outras atividades pertencentes ao profissional da Comunicação. Em alguns lugares, quando necessário, as Agencias Experimentais também realizam trabalhos para fora do curso, fazendo com que, dessa forma, o aluno também experimente um contato maior com o cliente.

É visível a diferença entre um aluno que já atuou dentro de uma Agência Experimental para os demais. “A Agência Experimental é um laboratório de ensino, portanto o papel desse espaço é possibilitar ao acadêmico o exercício da prática a partir da teoria apreendida em sala de aula. As experiências proporcionadas na agência vão auxiliar o acadêmico quanto as suas futuras escolhas profissionais, que áreas pretende atuar”, diz a professora Mônica Pons, coordenadora do Núcleo de RP da Agência Experimental A4 da Unisc.

As agências experimentais estão espalhadas por todos os lugares e todas elas tem o mesmo objetivo: formar um profissional qualificado para o mercado de trabalho. É o que confirma a professora Patricia Piana Presas, coordenadora da Talento Agência Eperimental da FAE: “A grande importância é a possibilidade de aproximar o aluno da prática, pois na sala de aula os alunos tem contato com a teoria e em uma agência experimental é a chance de perceber que essa teoria é verdadeira e que ocorre na prática. É vivenciar o dia a dia de uma agência, como um "test drive", antes de entrar no mercado de trabalho".

Quando se está em uma Agência Experimental, uma grande quantidade de oportunidades para trabalho é aberta, pois as empresas atualmente não querem apenas um profissional formado, mas sim aquele aluno que adquiriu durante sua formação uma bagagem grande de experiências. Vanessa Oliveira que está no 4º semestre do curso de jornalismo, e dentro da Agência Experimental de Jornalismo desde o inicio, diz que “as experiências me trouxeram um conhecimento que muitos colegas não tem. Na A4 colocamos em prática tudo o que aprendemos em sala de aula, no meu caso, eu nem tinha aprendido na sala de aula ainda. Foi meu primeiro contato com o jornalismo prático. Pude perceber o diferencial que isso me trouxe, quando as aulas começaram a ter atividades mais específicas. Enquanto alguns colegas não tinham ideia do que fazer, eu estava tranquila, porque já tinha passado por aquilo antes, na agência”, e ainda ressalta, “ a existência das Agências Experimentais deveria ser obrigatória nos cursos de Comunicação Social. Elas dão a oportunidade de que os alunos vivenciem as dificuldades do dia-a-dia profissional que ele virá a ter, assim como as conquistas”.

Francine Weis, que ingressou na Agência Experimental A4 - Núcleo de RP através do contato quase que diário que tinha com as outras monitoras, começou a ver a importância de se aprender na prática a profissão que escolhemos seguir. Fran, como é chamada por todos, diz que “são nas Agências Experimentais que os acadêmicos tem a oportunidade de colocar em prática aquilo que, às vezes, viram somente na teoria e podem aprender e ter uma ampla visão dos caminhos que a profissão proporciona e os oferece. Acredito que a monitoria na Agência Experimental é um primeiro passo para que você possa se tornar um grande profissional através das experiências que os acadêmicos tem. Além disso, também é a porta de entrada para que surjam muitos convites e oportunidades profissionais, que serão fruto do seu trabalho enquanto monitora, pois quem se dedica e mostra o que sabe fazer, com certeza sempre será lembrado”.

Além dos acadêmicos e professores perceberem a importância das Agências Experimentais, muitos profissionais dizem que utilizam diariamente o aprendizado obtido nas Agências. É o caso de Heitor Lau, que foi monitor do Núcleo de Relações Públicas da Agência Experimental de Comunicação, Unisc/2005/2006/2007. Ele diz que as Agências “tratam-se do local ideal e apropriado para experimentar os conhecimentos adquiridos em sala de aula e praticar a arte da comunicação (verbal e não-verbal), afinal o contato com os diversos públicos ocorre intensamente. Cabe ressaltar que o relacionamento interpessoal, importantíssimo na vida profissional, deve ser aprimorado neste ambiente e demais da universidade. Cada graduando deveria encarar a experiência da agência sob uma ótica profissional". Atualmente Heitor trabalha com eventos e diz que “hoje considero-me capaz de realizar qualquer evento”, e deve isso ao seu aprendizado dentro da Agência.

Sendo assim, podemos perceber a importância de ter um lugar para experimentar tudo aquilo que aprendemos. Aqueles que estão dentro de uma Agência Experimental sabem que o conhecimento obtido lá dentro é incomparável, e aqueles que ainda não conhecem uma, fica a dica, procure o lugar certo para poder experimentar!

Valores. Simples assim!

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Valores. Ultimamente, essa palavra tem aparecido frequentemente, e parece que estará em voga por muito tempo, talvez indefinidamente.

Os valores humanos são capacidades morais e espirituais da consciência. Quando há uma negação desses valores e um desequilíbrio no suporte do desenvolvimento individual, aflige a humanidade gerando consequências desagradáveis. A vivência dos valores alicerça o caráter, refletindo na conduta como conquista moral e espiritual.

Os principais valores são: honestidade, verdade, justiça, ética, disciplina, integridade, paz (auto-estima, autocontrole, autoconfiança, auto-aceitação e desapego) e amor.

Em 2009 aconteceu uma campanha do Governo intitulada Brasil Ponto a Ponto, com o objetivo de pesquisar entre os brasileiros o que precisa ser mudado no país para que suas vidas melhorassem de verdade. A partir das respostas, constatou-se que, antes mesmo de itens como emprego, saúde e infra-estrutura, aparece a questão dos valores. Ou seja, os brasileiros acham que, para que sua vida melhore de verdade, precisa haver mudanças na educação, política pública, violência e, em quarto lugar, nos valores.

Foi inclusive por causa dessa pesquisa que elaboramos aquela campanha, a “Ser Gentil é Legal", onde presenciamos resultados inesperados a partir da recepção e repercussão que tivemos. Notamos o quão admiradas as pessoas ficavam por terem participado de algo assim, chegando à conclusão de que a utilização de um tratamento benevolente por parte das pessoas caiu ao obsoleto, porém sua necessidade é sentida, mesmo que inconscientemente. As pessoas, mais do que nunca, precisam voltar aos valores, tendo a oportunidade de compartilhar simples gestos e ações que amparem a conduta humana do bem viver.

Outra evidência a respeito dos valores traz o autor Philip Kotler no seu mais novo livro, Marketing 3.0. Segundo ele, “hoje, estamos testemunhando o surgimento do Marketing 3.0, ou a era voltada para os valores” (KOTLER, 2010, p.4). Sendo assim, temos que as organizações atuais não só deverão se voltar completamente aos seus consumidores (Marketing 2.0), como também se voltar ao ser humano pleno que ali se consiste, ou seja, seres humanos com mente, coração e espírito.

O porquê disso Kotler explica logo abaixo:

“Cada vez mais, os consumidores estão em busca de soluções para satisfazer seu anseio de transformar o mundo globalizado num mundo melhor. Em um mundo confuso, eles buscam empresas que abordem suas mais profundas necessidades de justiça social, econômica e ambiental em sua missão, visão e valores”.

As organizações agora tem a incumbência de sanar também os objetivos e anseios da sociedade de resolver e minimizar os problemas notados e vivenciados por todos diariamente, a nível local e global. Com as evidências dos problemas socias e ambientais cada vez piores no mundo todo, as pessoas também buscam (ou ainda buscarão) empresas que transpareçam a missão, visão e valores que têm, demonstrando e empregando suas preocupações quanto ao social, ambiental, cultural, político e econômico do presente globalizado.

“O Marketing 3.0 leva o conceito de marketing à arena das aspirações, valores e espíritos” (KOTLER, 2010, p.5). Com o intuito de estabelecer e praticar uma comunicação integrada eficiente e completa, também os profissionais de Relações Públicas devem embarcar nessa caminhada junto com todos os colegas e parceiros. Já é sabido que esse profissional deve ter uma conduta humanística, ética e transparente para entender e lidar com os públicos e organizações, então mais do que preparado ele estará para levantar a bandeira dessa nova visão e tratamento para com os consumidores e demais públicos de interesse das organizações.

Esse consumidor 3.0 saberá estabelecer uma distinção entre o bem do mal, principalmente como forma de criar seu caminho na busca do ideal de realização de felicidade e de espírito. Falar de valores humanos significa destacar o humano, trazer à tona a capacidade de produtor da realidade construída a partir de uma consciência que valoriza, transmite, realiza e transforma.

Relações Públicas sob o enfoque Ecológico

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No livro Perspectivas em Relações Públicas que há pouco tempo sorteamos, há um artigo muito interessante intitulado "A atividade de Relações Públicas sob vários enfoques”, da autora Edilene do Amaral Ferreira.

Na primeira parte do artigo, Edilene discorre sobre alguns conceitos e enfoques dados a profissão de Relações Públicas de acordo com épocas e autores. Após isso, ela traz um outro olhar para entender e interpretar a área de RP.

Analisando teorias e conceitos de alguns autores, que vão desde enfoques políticos, sociais, psicológicos até propriamente de comunicação, a autora chega às Relações Públicas sob o enfoque ecológico, trazendo à tona uma reflexão a fim de realizar uma analogia entre os fatores que permeiam a Ecologia e a atividade de Relações Públicas.

Não se trata de abordar o trabalho e desempenho das Relações Públicas no campo ambiental, ou seja, a prática de sustentabilidade e responsabilidade em relação ao meio ambiente por parte das organizações. O enfoque trazido pela autora faz uma reflexão entre a relação do trabalho do profissional de RP nas organizações com a relação da ecologia sob forma de ecossistema.

Explicando melhor...

Temos como ecologia - uma ciência que estuda os seres vivos e suas interações com o meio ambiente onde vivem. Trata-se de uma ciência de extrema importância, pois os resultados de seus estudos fornecem dados que revelam se os animais e os ecossistemas estão em perfeita harmonia. Através das informações geradas pelos estudos da Ecologia, o homem pode planejar ações que evitem a destruição da natureza, possibilitando um futuro melhor para a humanidade.

Nessa linha, Edilene diz: "A ecologia tem como princípio a interdependência, segundo a qual tudo está dinamicamente interligado. Não existem fenômenos isolados, deve-se sempre levar em consideração os inúmeros fatores que contribuíram para que ele se concretizasse".

Seguindo, temos como ecossistema - comunidade de organismos que interagem entre si e com o meio ambiente ao qual pertencem.

Analisando esses dois conceitos trazidos, é possível facilmente identificar a semelhança que percorre entre eles com o que a conceituação da atividade de Relações Públicas traz, que nada mais é do que as inter-relações entre públicos e organizações, suas interações, suas trocas de informação e comunicação, seus convívios dentro do meio onde vivem.

Nas palavras da autora: "A atividade de Relações Públicas, vista sob o enfoque ecológico, dá primazia à busca pela colaboração entre os diversos públicos e setores que cercam as organizações, como forma de garantir o equilíbrio e a harmonia do ecossistema em que esses se encontram".

Assim como no ecossistema, a sociedade e suas relações intrínsecas estão em constante modificações devido a fatores externos: sociais, políticos, culturais, econômicos, etc. Como parte importante desta realidade, as organizações e as pessoas, os públicos, são atingidos de maneira direta, pois tudo está interligado. É nesse cenário que o profissional de RP atua de forma a analisar, estudar, pesquisar as situações para que possa transformar as relações e intermediações entre um e outro até atingir o bem comum, a harmonia, o bem-estar dos relacionamentos entre os seres humanos e as organizações que convivem em um mesmo ambiente, em um mesmo espaço.

Para exemplificar melhor o que a autora traz nas Relações Públicas sob o enfoque ecológico, temos o seguinte quadro:




Quem irá estudar a ciência dos seres vivos, e como estes interagem e se comportam diante do meio em que vivem, deverá focar primeiro nas partes, entender como cada animal, cada grupo, cada sistema funciona para depois entender de maneira ampla e geral as constituintes de tal ecossistema. E é assim também que deve atuar o profissional de Relações Públicas, porém trazendo essa prática a sua realidade: conhecer os públicos, analisá-los e compreendê-los; também entender como é a funcionalidade e sistemática de uma organização. Só assim, juntando os dois polos sob forma de estudo, conhecimento e planejamento, é que resultará na verdadeira atividade a qual deve seguir a conduta de um Relações Públicas.

Para finalizar, abaixo seguem as seis categorias elencadas por Edilene do Amaral que podem servir tanto para a Ecologia quanto para a atividade de Relações Públicas:

  • Interação: é a ação recíproca de influências entre todos os elementos que compõem um dado sistema.
  • Interdependência: é a condição na qual diferentes elementos de um sistema dependem um do outro. A interdependência caracteriza-se pela necessidade de troca que garantem o equilíbrio ou até mesmo a sobrevivência entre elementos..
  • Cooperação: é a associação entre dois ou mais elementos para atingir um objetivo e alcançar o bem-estar comum. A cooperação é a estratégia utilizada para a evolução e sobrevivência dos elementos envolvidos no sistema, pois cada elemento deverá colaborar com os demais para que o objetivo proposto seja cumprido. O fluxo de informações também é beneficiado neste processo através da contribuição e do envolvimento das partes.
  • Adaptação: é um processo de modificação evolutiva na estrutura de um dado elemento que resulta na melhoria da eficiência produtiva. Proporciona ajustamentos e mudanças que permitem a melhoria de vida e das condições ambientais.
  • Equilíbrio: é a capacidade de auto-regulação com os desníveis enfrentados. O equilíbrio é um estágio, atingido pelos elementos que compõem um sistema, em que as inter-relações entre os diferentes organismos, são harmoniosas, sintonizadas ou integradas em grau apreciável para todos.
  • Qualidade de Vida: é o nível do bem-estar psicológico, social e de saúde de um indivíduo ou de uma população humana em função das pressões externas. A qualidade de vida refere-se ao conjunto de condições – sociais, naturais, psicológicas – que propiciam uma vida saudável e um bem-estar para a sociedade, para as organizações e para os públicos.

Portanto, uma maneira interessante e salutar para integrar os conhecimentos e abordagens que a atividade de Relações Públicas recebe, à partir do seu modo de atuação, da sua verdadeira função.

Relações Públicas e Marketing

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Estes dois termos dão o que questionar em âmbito comunicacional, porém são termos divergentes e importantíssimos para uma qualidade de comunicação organizacional/corporativa/institucional. Para uma harmonia entre as duas atividades, devemos considerar a essência e a teoria das duas áreas de conhecimento. Um profissional que conhece a essência destas duas teorias evita qualquer confusão ou desmerecimento para ambos os lados. Para os profissionais de relações públicas, fica mais fácil o aprendizado em âmbito acadêmico sobre o marketing, pois temos disciplinas que o abordam, mas para o profissional da administração que trabalha o marketing, os conceitos de relações públicas em âmbito organizacional fica mais restrito, pois são poucas bibliografias de marketing que abordam este termo de uma forma abrangente e, em muitas vezes, só como uma ferramenta de divulgação.

Estas duas práticas andam lado a lado e desenvolvem muitas atividades em parceria, mas suas funções são distintas visto que suas preocupações não visam estritamente o mercado e as vendas. Hoje o público das organizações em geral têm preocupações e interesses que não envolvem apenas o preço e a qualidade do produto e sim o cerco que envolve aquela organização que dispõe do produto, como a segurança de seu consumo, o meio ambiente, as relações com o consumidor. Sentem falta de conhecer a organização e de enxergar a relação dela com os públicos, assim como tem acesso a fatores que possam prejudicar a imagem do produto e de uma organização. Hoje o público pode facilitar ou dificultar a capacidade organizacional de atingir suas metas, e aí entra as relações públicas que, dependendo da situação, devem tomar decisões estratégicas e comunicá-las de maneira acreditável e aceitável.

Todo o lado institucional e corporativo da organização e as informações veiculadas que chegam aos stakeholders, todo o lado de imagem e relacionamento neste sentido trata-se de relações públicas, que:

  • Identificam dos públicos, suas reações, percepções (através de pesquisa) e pensam em estratégias comunicacionais e de relacionamentos de acordo das demandas sociais e o ambiente organizacional;
  • Supervisionam e coordenam programas de comunicação com os públicos;
  • Preveem e gerenciam conflitos e crises que porventura passam pela organização e possam influenciar dentro de alguma categoria organizacional.

Agora, o marketing é todo o lado que enfatiza o produto, mercado ou o serviço que a organização presta a sociedade, visando a satisfação de quem consome, onde o consumidor pode obter aquilo que necessita e deseja com a oferta, a criação e a negociação. O marketing:

  • Baseia-se em modelos de competitividade para atingir objetivos econômicos;
  • Objetiva persuadir o público alvo e satisfazer os clientes/consumidores;
  • Identifica e cria mercados para os produtos e serviços;
  • Coordena e supervisiona os programas de comunicação mercadológica ou de marketing para manter os produtos no mercado.

Todas as ações de ambas as atividades, relações públicas e marketing, necessitam de pesquisa e planejamento para cada ação e, após ela concluída, deve-se passar à outra pesquisa para a análise das ações. Com isso, os profissionais podem observar mais criteriosamente as atividades desenvolvidas pelos núcleos.

Gostaria realmente de frisar a diferença entre as atividades e a importância de cada uma. Muitas empresas hoje trabalham com a comunicação organizacional de uma maneira integrada, onde vemos estes dois setores trabalhando em conjunto, tudo em prol de uma boa comunicação organizacional.

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* Baseado no livro Planejamento de Relações Públicas na Comunicação Integrada, 2003, Margarida Kunsch.

O profissional de Relações Públicas

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Continuando nosso tema de entrevista à profissionais de Relações Públicas já formados e que atuam na área, hoje o blog traz a Luize Strohschoen Neto, formada também pela UNISC, que atua em Porto Alegre na Coordenação de Equipe de Vendas da TVA (TV por assinatura do Grupo Abril e Telefônica) e como Consultora de Comunicação da Fundação Universitária Mário Martins.

Luize, primeiramente, gostaria que você falasse sobre a sua formação até o momento:

Tenho formação em Relações Publicas - graduação (UNISC) e Gestão do Desenvolvimento Humano e Organizacional - MBA (IBGEN/POA).

Fale um pouco sobre o seu trabalho, bem como a empresa onde você trabalha e o que você realiza como RP?

Atuo na Coordenação de Equipe de Vendas da TVA (TV por assinatura do Grupo Abril e Telefônica) e como Consultora de Comunicação da Fundação Universitária Mário Martins. Também ministro treinamentos e palestras motivacionais. Considero todas as minhas atividades profissionais como práticas de Relações Públicas (direta ou indiretamente). A formação que escolhi me realiza.

Antes desse trabalho, que outros lugares/empresas você já passou atuando na área de Relações Públicas?

A profissão de Relações Públicas nos permite atuar em diversas funções. Já atuei com organização de eventos corporativos e sociais, ministrando treinamentos, coordenando programas de endomarketing, no terceiro setor e na área comercial.

Quais as ações de RP bem específicas que você já implementou no seu trabalho e que surtiram efeito, que foi eficaz na proposta? Se foram várias, cite uma, para exemplificar bem como é o seu trabalho como RP.

Um bom exemplo é o Programa de Qualificação Interna da Fundação Universitária Mário Martins . Diagnosticamos em 2008 que a entidade necessitava de um programa de endomarketing específico. Como resultado dos treinamentos que o compõem o programa obtivemos uma equipe mais coesa, unida e qualificada. O PQI (sigla do nome do Programa) oferece treinamentos mensais estruturados de acordo com a necessidade de cada equipe de trabalho da instituição. Além dos palestrantes externos convidados para ministrar os treinamentos, os funcionários também contribuem. No sábado dia 31 de julho o treinamento será ministrado por três funcionárias, com o tema “Você é a Empresa”. Esse caso foi tema do meu trabalho de conclusão do MBA.

Você já atua como RP há algum tempo. Como você vê a percepção das pessoas quanto a sua profissão? Ao seu redor, você nota uma valorização e um entendimento maior do que a área consiste ou você ainda encontra dificuldades por parte das pessoas em saber e reconhecer o que você realmente desempenha?

A nossa profissão é muito relacionada à área de marketing, já que dificilmente encontramos nas empresas a função específica de Relações Públicas. Como citei anteriormente, a profissão de RP nos permite atuar em diversas atividades. Somos preparados para compreender os diferentes públicos que a organização tem (acionistas, sócios, clientes, diretores, funcionários, clientes em potencial, imprensa, comunidade, etc). O importante é termos a consciência de que podemos trabalhar em diversas funções, nas variadas áreas que o mercado abre.

Tendo em vista que RP é relacionamento, é contato e mediação dos públicos com a organização e vice-versa, é a preocupação de uma humanização e consciência por parte das organizações em lidar e cuidar do meio em que está inserida, o que você destaca de mais significativo em um trabalho de Relações Públicas? Por que elas são importantes para as organizações?

Relacionamento é a palavra-chave da nossa profissão. Qualquer função que exija essa qualificação pode ser preenchida por um Relações Públicas. De modo geral somos muito bons em atividades comerciais e em tudo o que tange a ter contato com outras pessoas. Embora hoje tenhamos à disposição ferramentas que nos permitem fazer contato à distância, mais do que nunca as organizações demandam de orientação para manter RELACIONAMENTO com seus stakeholders (públicos de interesse). Desde a preparação de um newsletter até a concretização de um negócio, há um processo que o Relações Públicas sabe preparar.

O que você acha que um futuro profissional de RP deve ter nos dias de hoje? Qual a formação e quais especializações são importantes?

Há várias possibilidades para a profissão: Moda, Marketing (bem voltado para alavancar vendas), endomarketing, organização de eventos corporativos, especialista em redes sociais, entre muitas outras. São tantas as possibilidades que fica difícil listar. Também está mais fácil o acesso à cursos de Pós-Graduação e MBAs – e as áreas de formação também são diversas. O mais importante é o profissional buscar o que lhe proporciona satisfação pessoal somada à satisfação de formar-se numa área cujo mercado está aquecido – Relações Públicas tem sido bem requisitado para muitas funções.

Como você acha que está o mercado da comunicação atualmente? Como foi pra ti, ao sair da faculdade, ir em busca do mercado de trabalho?

Logo que eu concluí a graduação tive uma certa dificuldade de me colocar no mercado. Saí do interior e vim para Porto Alegre sem uma rede de relacionamentos organizada. Isso significou sair de uma cidade onde eu já tinha uma estabilidade profissional e ir para outra cujo mercado é muito concorrido. Só que descobri que na mesma proporção da concorrência havia oportunidades de trabalho. Enquanto não fui chamada para atuar como funcionária em alguma empresa, fiz outros trabalhos como autônoma (organização de eventos e treinamentos), o que me ajudou muito a construir a minha rede de relacionamentos. Seis meses após a formatura estava empregada na Fundação Projeto Pescar, onde atuei por três anos na prospecção de parcerias e ministrando palestras sobre o projeto.

E pra finalizar, o que você daria de recado aos estudantes de Relações Públicas, que querem seguir essa área mas ainda não estão inseridos no mercado de trabalho? O que é importante, na tua opinião, ir em busca enquanto se está na academia?

Eu aproveitei todas as oportunidades a que tive acesso enquanto estava na graduação. Algumas vezes como estagiária e outras como voluntária. Sempre tive a consciência de que depois de formada o nível de exigência se eleva. Isto faz com que o mercado exija do recém-formado conhecimentos e experiência necessários para assumir as responsabilidades das funções que vai exercer. É importante que os estudantes de Relações Públicas saibam o quanto é enriquecedor conciliar os estudos com trabalhos práticos. A nossa profissão é muita prática, e quanto mais fazemos, mais aprendemos.









"Embora hoje tenhamos à disposição ferramentas que nos permitem fazer contato à distância, mais do que nunca as organizações demandam de orientação para manter RELACIONAMENTO com seus stakeholders" - Luize Strohschoen Neto, Relações Públicas

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