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Ontem na aula estávamos conversando sobre nossa campanha, a “Ser gentil é legal”, e nos questionávamos como ela deu tão certo, como teve toda essa repercussão. Pra começar, era uma campanha de uma disciplina, onde estavam 14 alunos mais a professora, e praticamente ninguém tinha experiências passadas com planejamento e organização de campanha.
Em segundo lugar, não tínhamos nada de verba! Com um ou outro patrocínio, conseguimos juntar R$300,00 além de uma ajudinha da Coordenação do Curso. Com o pouco que tínhamos, conseguimos fazer então: adesivos e gôndolas. Camisetas nós mesmos compramos. Pirulitos e chocolates foram doação.
Então, como uma campanha, que era pra ser só um trabalho de faculdade, foi muito além do que esperávamos? Não só repercutiu em toda a Universidade, como também alcançou a cidade e, podemos dizer, o estado, pois até nos jornais Zero Hora e Correio do Povo foram divulgadas nossas ações, sem que solicitássemos.
A conclusão a que chegamos é que, sem verba e condições de fazer algo maior, usamos algo que é muito forte em Relações Públicas – o contato direto, pessoal, a simplicidade em passar nossa mensagem, o "face to face". Talvez se escolhêssemos uma grande produção em vídeo pra TV, spot pro rádio, não conseguiríamos ser tão eficazes.
Não pretendo aqui discutir a teoria que tem por trás de um planejamento de campanha, apenas quero salientar que, com um pouco conhecimento de estratégias e ferramentas, somadas a um feeling de Relações Públicas, conseguimos transformar o pouco em muito.
Conforme trechos retirados do livro “Planejamento de Relações Públicas”, de Adão Eunes Albuquerque, campanha é “um conjunto de atividades coordenadas em torno de um objetivo comum, no decurso da execução de um plano de Relações Públicas. Fase de um trabalho imaginativo, criativo e de execução muito intensa, destinado a agilizar a conquista do julgamento da opinião pública por variados meios”.
“A campanha destina-se formar a opinião em torno de problemas de grande significação para a coletividade e para a instituição, com o objetivo de encontrar para eles as soluções adequadas. A campanha possui o intuito de fazer com que as pessoas tenham atitudes favoráveis em relação a alguma idéia, instituição, ou que sejam favoráveis a alguma causa”.
Portanto, ao decidir que iríamos trabalhar sobre o resgate dos valores da gentileza entre as pessoas, definimos nosso objetivo e local de atuação, nos guiamos com esses conhecimentos até então. Abaixo, alguns itens que fizeram toda a diferença para a realização e sucesso dessa campanha.
Tema: Nossa mensagem, curta, direta, de fácil entendimento, auxiliou na sua totalidade a evolução dessa campanha. “Obedecido um tema básico a mensagem ganha por ser limitada, concentrada, abreviada e com força de penetração na mente da massa”. Então, “Ser gentil é legal”, quem não entenderia? Ou ainda, a mensagem na gôndola: “Pelo que você quer ser lembrado?” e logo abaixo “Ser gentil é legal” – simples e compreensível. Sem muitas explicações, já passávamos a idéia e intenção da campanha.
Pesquisa: “Ao planejarmos uma campanha devemos ter em mente os fatores ambientais, através da investigação, para conhecermos convenientemente através do estudo e análise, as forças, as armas e os fatores adversos”; por isso, a parte mais fundamental de todo o planejamento da campanha foi a pesquisa que aplicamos assim que foi definido o público-alvo e o local de atuação. Local esse que sabíamos haver situações onde nossa mensagem se aplicaria perfeitamente. E ainda, com a pesquisa, conseguimos identificar o foco exato, objetivo, de como abordar e levar nossa campanha.
Arte: para o suporte técnico de peças, entrou a comunicação integrada que tanto ouvimos falar na faculdade. Com uma parceria entre alunos de RP e de PP, conseguiu-se elaborar uma logomarca sutil, bonita, mas que chamava a atenção. As cores foram fundamentais também: lilás, azul claro e branco. Cores que passam uma tranquilidade, combinando com a sutileza e abordagem da campanha.
Material: “Uma campanha é constituída de peças que sensibilizam as pessoas, criam boa vontade[...]”. Por isso optamos por adesivos, pois é algo com que as pessoas simpatizam; adesivo sempre é algo legal para se receber. Também escolhemos as miniaturas com pirulitos ou chocolates, pois chamar a atenção pela mensagem em si seria mais difícil, então pensamos no doce para facilitar a fixação da intenção da mensagem nas pessoas. E a gôndola, pois não só se deve pensar no material destinado ao público alvo da campanha, mas também ao local de atuação que foi definido.
Abordagem: “Pressupõe a campanha a mobilização geral dos homens, idéias e instrumentos [...]”. Nossa ideia era espalhar a campanha pelos setores de forma a chamar a atenção, juntando nossos esforços conjuntos. Com uma identificação padrão, percorremos os setores da Universidade. Com simpatia e animação, chegávamos até as pessoas falando da nossa campanha e entregando o material. A receptividade nessa hora foi muito boa, e tão logo percebemos que nossa intenção foi alcançada. Talvez se tivéssemos optado em só fazer um vídeo, ou outra produção qualquer, o feedback da campanha não teria sido tão forte. Percebemos que foi essencial o contato pessoal que aplicamos na nossa campanha.
A repercussão começou logo no dia posterior a primeira ação. Nosso objetivo era alcançar os setores de atendimento da UNISC, porém outros setores manifestaram interesse, além de nos parabenizar pela iniciativa. Outros locais fora da Universidade também nos procuraram após verem nosso material em um dos setores.
Além de tudo isso, jornais da cidade, região e estado publicaram ou reportagens ou notas sobre nossa campanha. No twitter tivemos bastante êxito também: um tweet contendo tanto o nome da campanha quanto o nome da UNISC, foi retweetado quase 50 vezes. Logo também, blogs postaram sobre a campanha, além da UNISC TV ter feito uma reportagem. Resumindo: nada disso foi planejado, foi repercussão/mídia puramente espontânea.
É difícil atingir o objetivo proposto por uma campanha, e a nossa foi muito além. Talvez se planejássemos atingir todo esse número de pessoas não teríamos conseguido ou não teria tido o mesmo impacto. O “pensar pequeno”, o “pensar simples” fez toda a diferença. Como se diz por aí, “less is more”. Com apenas R$300,00 e nossos esforços de Relações Públicas, conseguimos o retorno de mídia, de acordo com a clippagem feita, de nada menos que R$5.000,00 e o sucesso total da campanha.
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Valeu a todos os colegas, alunos da disciplina de Campanha de Relações Públicas, que participaram e contribuíram nessa experiência que foi inesquecível: Profª Ana Maria Strohschöen, Ane Camila, Catiúscia Kaufmann, Deise Kanitz, Daniela Dummer, Daniel Britto, Fernanda Avelar, Gisele Simão, Indiara Teixeira, Ingrid Bittencourt, Kelly Souza, Laura Nobre, Luciano Eifert e Rafaela Rigo.
Parabéns pelo texto e pela campanha!
São as pequenas ações que se tornam grandes produtos. E, podemos dizer que temos um belo exemplo do trabalho de Relações Públicas e, além disso, de pessoas preocupadas com o bem dos outros.
Boa sorte nas próximas.
Alexandre Costa
@alexandre_amc
Parabéns. Tinha lido algo a respeito, mas nao sabia que era de vcs. Ótima campanha com poucos recurso. Vcs tem a clipagem do que saiu na mídia? Podiam postar no twitpic.
Um abraço
mateus
Muito obrigada pelos comentários! E Mateus, bem lembrado, temos sim a clipagem. Estarei providenciando pra postar no twitpic!
Abraço!