Relações Públicas e Público Interno

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Hoje é a vez do texto das alunas Laura Nobre e Natália Machado, também da disciplina de Consultoria em RP!


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Após a leitura de "Novos aportes das relações públicas para o século XXI", onde Maria Aparecida Ferrari desenvolve como principais temas de estudo a teoria, conceito e pesquisa em Relações Públicas, a cultura organizacional e públicos estratégicos, abordando também assuntos como as tendências e novos desafios para as Relações Públicas, sob a visão cultural e a relação entre teoria e pesquisa na atividade de Relações Públicas, que identificamos na cultura um fator responsável pela definição de valores, atitudes e comportamento dos indivíduos, reforçando o fato da cultura organizacional não existir separadamente da cultura da sociedade.

É com base no estudo desenvolvido por Ferrari, quanto a importância (e carência) em pesquisas e estudos das culturas e também o fato de teoria e pesquisa andarem juntas, que reforçamos a questão do público interno como um constante desafio para o profissional de Relações Públicas.
"(...) a Administração não deve julgar que sua tarefa é fabricar produtos, mas, sim, proporcionar satisfações que conquistem os clientes. Devem propagar essa ideia (e tudo que ela significa e exige) por todos os cantos da organização. (...) Em resumo, a organização precisa aprender a considerar que sua função reside não na produção de bens ou serviços, mas na aquisição e retenção de clientes, na realização de coisas que levem as pessoas a querem trabalhar com ela" Theodore Levitt – Artigo “Miopia de Marketing”

Com a tecnologia, a comunicação em excesso e a globalização, empresas e produtos tornam-se muito semelhantes, cada vez mais saturados e a produção em massa cada vez sai mais de cena. O foco das empresas deixa de ser o produto e passa a ser o cliente, externo e interno. O que exige da atividade de Relações Púbicas constante estudo e atenção ao comportamento do indivíduo, que irá refletir no convívio em sociedade.

Todo comportamento parte do ponto de uma cultura, que primeiramente precisa ser estudada, para depois ser pesquisada e analisada, pois passam por mudanças constantemente. Quando o foco são pessoas, os livros servem de auxílio, mas não será na teoria que se encontrará as ações mais adequadas.

Desde os anos 90 que as organizações necessitam buscar mais e mais a motivação e comprometimento de seus funcionários, pois com a Era do Conhecimento, o diferencial está nas pessoas. Cabe ao profissional responsável pela comunicação conscientizar as organizações que o diferencial competitivo está nas pessoas, e as organizações por sua vez, incorporar esse pensamento.

As empresas precisam preocupar-se com a motivação de seu funcionário, pois só assim alcançarão eficácia e desempenho positivo de seus colaboradores. Já a motivação é obtida, acima de tudo, quando o funcionário é tratado como o seu primeiro cliente. Será conquistando a satisfação do cliente interno que este estará pronto para satisfazer o cliente externo. E nesse caso, a comunicação é o que abastece a motivação, se torna essencial para chegar ao alcance de seus funcionários.


Endomarketing

A comunicação, dentro das organizações, tem o papel de buscar conhecimento e disseminar informações para o público interno. Todos precisam entender o quê e porquê estão fazendo, além disso, entender que seus resultados estão ligados aos dos outros e aos objetivos da empresa. Para se obter resultado positivo, o serviço requer pessoas que compreendam a ideia. E então que surge a necessidade de mobilizar seu público interno, levar o marketing para dentro da empresa, e é quando entra em cena o endomarketing.

"o marketing interno deve sobrepor o marketing externo". (Kotler, 2003)

O endomarketing torna-se responsável por uma comunicação constante entre organização-funcionário e deve acontecer a todo instante. Independente da forma que essa comunicação é feita, o essencial é a transparência na comunicação, para que se obtenha o objetivo de estreitar o relacionamento organização-funcionário.

Por isso é no público interno que identificamos um constante desafio para a profissão de Relações Públicas, pois é nesse público que se encontra um importante termômetro das instituições (em matéria de ética, responsabilidade social e mesmo qualidade de produtos e/ou serviços oferecidos por uma organização). Onde a comunicação interna é fundamental para promover o envolvimento de todos seus colaboradores, e parte do endomarketing (que por sua vez, necessita da informação) para obter sucesso.

E aí, cabe ao profissional de Relações Públicas encontrar a melhor forma de fazer com que a relação organização-funcionário aconteça por via de mão dupla, partindo do princípio do comportamento e da cultura. Que diretamente relacionamos a importância e carência de estudos e pesquisas baseados na cultura, citados anteriormente por Ferrari. Pois se tratando de pessoas, (precisamos partir da cultura e do comportamento) as mudanças são constantes, o que exige estudo, análise e pesquisa diário e permanente. Enriquecendo, reforçando e gerando acervo teórico e no campo de pesquisas, contribuindo assim para base e/ou referências para futuros casos, profissionais e estudantes da atividade de Relações Públicas.

"(...) A sociedade, as instituições e as organizações serão beneficiadas com a descoberta de novos comportamentos que servirão para identificar seus públicos e analisar suas atitudes e seus relacionamentos". (Ferrari, 2003).

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