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Estudando RP Comunitária e Terceiro Setor, percebemos como é uma questão ainda pouco debatida. Inclusive, é muito difícil encontrar profissionais que estejam trabalhando nessa área. Por isso, eu e a Cintia resolvemos falar sobre esse assunto. Num post anterior, a Cintia falou sobre a Comunicação Comunitária. Hoje, falo sobre a atuação do profissional de RP no cenário comunitário.
Trabalhar as relações públicas na área comunitária e suas entidades pode ser essencial na eficácia das ações propostas e alcançar o que se pretende. Na área comunitária, o público é tão importante quanto o público de instituições privadas, pois, ao contrário das organizações que direcionam as mensagens aos seus públicos, nas entidades comunitárias é o próprio público que produz e volta para ele mesmo a sua comunicação.
Sabemos que, dentro das comunidades, muitas vezes, formam-se mobilizações, reúnem-se líderes comunitários com seu povo para defender causas, lutar por direitos, exigir a democracia. Um projeto de mobilização social requer o compartilhamento de interesses, informações e discursos, o que envolve ações de comunicação, e esta deve ser bem feita, clara e cristalina, para poder ser entendida e atingir seu objetivo.
A partir disso, o profissional de relações públicas terá um amplo campo para atuar em benefício aos interesses comunitários de um grupo. Ele auxiliará na determinação de uma visão uniforme, no fortalecimento dos ideais e causas e no vínculo horizontal de todos os participantes, para que haja um posicionamento firme que construa e destaque a imagem que o movimento social quer representar.
O relações públicas comunitário não será mais um mediador das relações comunicacionais entre os públicos, ele será um facilitador, unindo o que for referente à causa para fortificar os laços e efetivar os objetivos. Este profissional irá atuar na comunicação comunitária de modo a realizar um trabalho com a comunidade, dentro dela e em função dela. Ele irá favorecer a compreensão, a articulação e a conscientização para uma determinada ação coletiva.
O intuito das relações públicas que trabalham a comunicação comunitária é provocar a mudança de comportamentos, seja dentro da própria mobilização, seja fora dela, estabelecendo a imagem a ser reconhecida por suas causas de existência. O trabalho deve ser continuo, conhecendo todos os participantes, entendendo seus motivos e interesses através de pesquisas de opinião e, a partir disso, desenvolver planos de ação para dar mobilidade permanente àquele grupo comunitário, além de criar canais de diálogos acessíveis a todos que desejem exprimir suas opiniões.
Na comunidade, tudo tem outro ângulo, outra forma de criar meios ou utilizar os já existentes para propagar a comunicação e as informações dentro dela originadas. As próprias emoções pessoais entram em jogo na hora de lidar com esse público, visto que muitas vezes estão unidos por causas nobres, lutas por direitos, reivindicações por melhorias e que, em certos momentos, mexe com as propriedades cognitivas e sentimentais de cada indivíduo.
Portanto, o profissional de relações públicas que irá atuar na área comunitária deverá ser um agente facilitador das relações necessárias ocorridas em detrimento de uniões e mobilizações de uma comunidade. Ele deve saber que meios oferecer, que ações propor, que informações reunir para que possa, juntamente com os atores, desempenhar um trabalho efetivo na realização da cidadania e na propagação da imagem a ser vista e reconhecida em outros meios da sociedade.
A divulgação das ações em meios comunitários se torna imprescindível, visto que é necessário que organizações privadas e governamentais percebam as causas propulsoras de tal agitação social. Essa questão poderá auxiliar na maior eficácia dos resultados esperados, além de reduzir o tempo de efetivação. Para isso, novamente surge o trabalho de relacionamento do relações públicas para situar a comunidade ou mobilização comunitária no reconhecimento por parte de todos, sendo assunto de divulgação em diversos meios, até mesmo nos midiáticos.
A atividade de relações públicas não se encerrará quando uma causa for ganha, uma luta tenha seu fim. Trata-se de um trabalho contínuo, legitimando as práticas comunitárias em diversos cantos da sociedade. Sempre haverá algo a ser melhorado, a ser buscado, em prol realização de vida de todos os cidadãos.
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