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...continuando o relato sobre o IV Congresso Abrapcorp.
21/05 – Segundo dia
Conferência com Stefano Rolando (Universitá IULM – Milão): Comunicação Pública: interesses públicos e privados.
Com o auxílio de uma tradutora simultânea, conseguimos acompanhar perfeitamente a palestra do italiano Stefano Rolando, que iniciou falando: o branding é dominante na comunicação pública.
Falando das estruturas da comunicação pública, ele diz: uma cidade é uma comunicação pública. Um projeto é uma comunicação pública.
Desde a antiguidade já se denotava a importância de manter uma ordem entre o sistema governante e o governado. Nessa fala, Stefano mostrou a obra intitulada “Alegoria do Bom Governo”, de Ambrogio Lorenzetti.
Antigamente, também, a comunicação era reservada ao símbolos e à arte.
Havia as estratégias e preocupações com imagem e reputação.
A comunicação pública é gerida pelas instituições.
A felicidade é um sentimento coletivo. “Todos merecem felicidade na sua plenitude”, comentou Obama na sua candidatura.
O relato dos interesses comuns é uma questão moderna da sociedade: em um lado pedem socorro, de outro pedem crescimento.
A condição para a felicidade é que exista uma cultura consciente de que não bastam operadores do direito e os operadores da economia para realizar uma boa administração.
Comunicadores públicos: arquitetos sociais – produzem “pontes” entre público e governo.
A comunicação pública não é um instrumento de poder, mas território em que muitos exigem legítimos interesses.
Usam a informação e comunicação não apenas para vender algo, mas também para o relato de identidade, visão e objetivo.
Na comunicação de utilidade pública há espaços para:
- a comunicação política;
- a comunicação institucional;
- a comunicação social;
- a comunicação da empresa.
Painel 2 – Estratégia e produtos de comunicação do Estado
# Primeira exposição foi de Sandra Massoni (Universidade do Rosário – Argentina)
Comunicador estratégico: escutar o outro, mediar, desenhar estratégias, desenhar equipes. Saber uma comunicação macrossocial.
Obs: infelizmente, não consegui “acompanhar” mais a explanação dela, visto que ela falava seu espanhol de forma totalmente rápida e passava slides também de forma muito rápida. Na maior parte da palestra, inclusive outras pessoas comentaram, ao tentar compreender o que ela falava, por causa do espanhol, se perdia o contexto do que era exposto.
# Segunda exposição foi de Maria Helena Weber (Ufrgs)
Maria Helena falou sobre Estratégias da Comunicação Pública do Estado. Trouxe os seguintes tópicos que ela identifica nessa comunicação. Passos a serem seguidos para realizar uma boa gestão na comunicação pública:
- Visibilidade
- Imagem pública
- Accountability
- Autonomia
- Reconhecimento
- Pertencimento
- Amplificação
- Repercussão
- Interatividade
- Acessibilidade
- Organicidade
- Funcionalidade
- Publicação
- Informação
- Propaganda
- Instrumentalização
- Profissionalização
- Debate público
- Memória
- Prestação de serviços
# Última exposição foi de Jorge Antônio Menna Duarte (UCB – Secom – Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República)
Pra mim, disparado, a melhor palestra!
Jorge trouxe em slides todo o trabalho que a Secom realiza para o Governo da República. Em exemplos práticos (o melhor é sempre visualizar como são as coisas na prática!), mesmo de forma superficial, ele mostrou como é o trabalho, as estratégias que eles utilizam, além de mostrar como é importante a comunicação pública na prática.
Nesse sentido, ele disse: todo cidadão deve ter acesso e informação para sua inserção na sociedade e o exercício de seus direitos.
Até alguns anos atrás, qualquer problema se resolvia com imprensa ou publicidade. Agora deve ser com a comunicação integrada.
Todo o trabalho que a Secom realiza, de informação e comunicação é feito para o público.
Seus princípios são:
- Democratização da informação
- Perspectiva do cidadão
- via de mão dupla
- Regionalização (ele comentou que, a cada release produzido pela Secom, são feitos no mínimo 27 modelos com enfoques diferentes para atender ao tipo de cultura de cada Estado. Segundo ele, isso dá mais resultados e tem mais destaque)
Mais informações podem ser conferidas na página da Secom.
GT 2 – Processos, políticas e estratégias de comunicação organizacional (Coordenada pela Prof. Cleusa M. Andrade Scroferneker – PUCRS)
Dentre os diversos trabalhos apresentados nesse GT no segundo dia, o que mais me chamou a atenção foi o trabalho de Rosângela Florczak (ASCOMK/RS): “O lugar da comunicação na gestão educacional: dimensões possíveis”.
Mais uma vez, trouxe-se exemplos práticos, possibilitando uma visualização da dimensão das ações de relações públicas que foram feitas.
Segundo Rosângela, sua agência foi chamada para auxiliar uma escola que estava tendo um déficit na imagem e reputação do seu ensino médio. Evasão de alunos, além da baixa procura pelo ensino médio dessa escola.
Na reunião entre assessoria e diretoria, a primeira questão, o primeiro pedido das diretoras foi: fazer divulgação – vídeo, panfletos, etc.
Sabendo que esse tipo de trabalho não atrai mais o resultado esperado, as integrantes da assessoria proporam que tivessem liberdade de planejar uma campanha completa para a escola.
Então, o que foi feito: primeiramente, uma pesquisa com os públicos da escola para tirarem a temperatura do que estava acontecendo (isso é tão óbvio quanto 1+1=2). Os públicos: diretoria, professores e alunos. Descobriu-se que o que provocada a perda de interesse pelo ensino médio era a estrutura da escola, além da forma como era conduzido o ensino. Os alunos disseram: “quando vou para a escola, parece que é outro mundo. Não é o mesmo mundo que eu vivo quando estou em casa, quando estou com os amigos”).
Resultado: as diretoras conseguiram enxergar com mais clareza onde estavam os problemas e por onde começar. Segundo Rosângela, vai completar um ano que ações e melhorias estão sendo implementadas e já é possível identificar fatores favoráveis dessa mudança na imagem da escola.
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