IV Congresso Abrapcorp

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A pedido de alguns colegas e professores que não puderam estar presentes, vou relatar um pouco do que vi no IV Congresso Abrapcorp, que aconteceu dias 20, 21 e 22 de maio na PUCRS, em Porto Alegre.



Tanto pra mim, quanto pra minha colega que estava comigo, Gisele Simão, foi uma ótima experiência. Vimos autores com os quais já estamos acostumadas a trabalhar seus livros na faculdade, vimos alunos de diversos outros estados. Além de excelentes profissionais e estudiosos da área de Comunicação Pública (tema do congresso) que passaram pelo palco do teatro do bloco 40 e pela Famecos.



É difícil falar sobre tudo que vimos lá, visto que foram diversas palestras ricas em informações e teorias. Por isso, vou tentar fazer um “apanhado” de algumas palestras que assisti, com as anotações que fiz durante as mesmas. Peço um pouco de compreensão caso os relatos não estejam passando coerência, mas tentei resumir o que pude, caso contrário ficaria muito extenso.



20/05 - Primeiro dia

Conferência de abertura com Nicole D’Almeida (Universidade de Paris-Sorbonne): Opinião pública e construção da imagem institucional


Nicole começou sua palestra falando sobre as tentativas de definição da comunicação organizacional dinâmica da construção social. Ela comenta que são inúmeras as tentativas de definição que giram em torno de muitos conceitos, de uma perspectiva profissional e científica, além de buscar a legitimidade do campo.



Dentro da comunicação organizacional, existem mais de 250 diferentes funções. E o que deve prevalecer é a unificação por meio de convergência progressiva das áreas – marketing, relações públicas e administração.



Falando um pouco sobre as áreas, Nicole comenta:

- O marketing (vendas) cresceu por necessidade de diferenciação por parte das marcas/organizações;

- A publicidade e a propaganda é a arte de “convencer ser”. Introduz a mídia no binômio oferta-procura;

- Relações públicas se dedica a promoção de uma causa.



A tentativa de construção da imagem, a partir dos interesses do mercado, requer a atuação do marketing e das relações públicas. Porém, acaba por acontecer uma disputa entre essas duas áreas, e uma sempre prevalece à outra.



Sobre o público interno, Nicole comenta os “relatos do bem comum”, que são os relatos da casa. A organização deve ser um foco de relatos do seu público interno, relatos esses direcionados para o engajamento de todos.




Voltando mais ao tema comunicação, em modelo de conversação, diz que as organizações devem estabelecer uma relação com seus públicos: passar de uma relação vertical para uma relação horizontal.



Sobre comunicação pública, ela fala que é uma comunicação de eficiência, serve para mostrar que a empresa está bem.





Painel 1 – Os estudos de comunicação pública e política no Brasil: avanços e perspectivas



# A primeira exposição foi da Heloiza Helena Gomes de Matos (FCL).




Em uma de suas primeiras falas, Heloiza relacionou a comunicação pública ao accountability, (que é, segundo Wikipédia, um termo da língua inglesa sem tradução exata para o português, que remete à obrigação de membros de um órgão administrativo ou representativo de prestar contas a instâncias controladoras ou a seus representados; é a responsabilização das organizações em prestar contas).



Heloiza ainda diz que a universidade deve ser uma agente da comunicação pública, para contribuir com a racionalização do debate social.



As mídias, nesse campo, tem o intuito de informe, para a divulgação.



A comunicação pública abrange o político, o econômico e o social.



As organizações também devem incorporar a comunicação pública, não só o Estado.




# A segunda exposição do painel foi de Mariângela Furlan Haswani (ECA-USP).



Sua fala se inicia da seguinte forma: - sujeitos da comunicação pública, quem promove? Qual o objeto da comunicação pública?



No espaço abstrato onde acontece a comunicação pública, a quem se dirige? Ao cidadão. Sob o Estado, todos são inclusos e tem o direito de receber essa comunicação.



Todos os tipos de comunicação se dirigem a uma mesma pessoa, mas de formas diferentes. Espaço onde os interesses se convergem – esfera pública – interesse geral.



De que maneira se passa a comunicação pública? Diretamente e indiretamente, pelos meios de comunicação.



Diz o quê, essa comunicação? Tudo que for de interesse público.



O promotor/emissor pode ser público ou privado, Estado, mercado ou terceiro setor. Desde que haja o objeto central: o interesse geral.




Para quê? Promover a imagem, contemplar a enorme gama de responsabilidades do Estado. Informações simples, mas necessárias (prestação de contas).



Não só o Estado

deve ter essa prática. Comunicação pública é o privado, o governamental e o terceiro setor.






# Terceira explanação foi de Wilson Gomes (UFBA).



Wilson trouxe o tema Comunicação e Democracia. A comunicação pública tem por premissa, se ocupa com a comunicação e democracia e para ela.



O termo redes sociais existe há muito tempo. Quer dizer conexões que ligam as pessoas entre si.




Oficina 2 – Comunicação Digital (Silvana Sandini – PUCRS)




Silvana abordou as novas formas de comunicação e relacionamentos com os públicos através da evolução das tecnologias, da internet.



Antigamente, os problemas e dificuldades derivavam de conexões lentas.



Não foi uma evolução propriamente da área da tecnologia. O homem foi mudando e alterando suas práticas e acessos.



As novas possibilidades de interação atingem diretamente as estruturas das organizações.



Atualmente, deve-se fazer pesquisas em milhões de segmentos para saber qual a melhor forma de posicionar a empresa.



As empresas precisam estar preparadas para trabalhar com esse novo perfil consumidor: o “prosumidor” (consumidor independente, mais convicto de seus direitos e desejos; produz seus próprios conteúdos). Em muitos casos, é preciso uma profunda mudança na cultura dessas organizações.



Silvana trouxe uma citação de Henry Srour: “nas organizações, a cultura impregna todas as práticas e constitui um conjunto preciso de representações mentais, um complexo muito definido de saberes”.



Web 2.0: busca a ruptura da forma e do conteúdo. Reduz a necessidade de complexos conhecimentos técnicos. O usuário é convocado a produzir dados livremente. O usuário não busca receber o dado “pronto”.




Web 2.0 é para ligar pessoas. Pessoas criando, produzindo, compartilhando.

Uma grande característica da internet ganha uma proporção fenomenal: “todas as vozes têm a mesma força”.



Essa nova web traz vantagens para as pequenas empresas. Não precisam possuir um capital elevado para conseguir seu espaço de divulgação.



Porém, para algumas corporações, independente do porte, essa novidade representa dor de cabeça, pois os conceitos maniqueístas tendem a se confundir na voz de milhões de pessoas.


Até pouco tempo atrás, a decisão de estar na web era da empresa. Hoje ela não tem controle sobre isso. Pode estar na web de forma caluniosa, através de internautas insatisfeitos como clientes.



Para encerrar o relato do primeiro dia, trago um vídeo que Silvana passou na oficina, quando ela abordou sobre como os profissionais da comunicação devem assumir o controle, defender seu trabalho e fazer imperar sua capacidade, sua formação de comunicador.





Amanhã trago o relato do segundo dia, 21/05. Até!

Comments (2)

Muito bacana a iniciativa de vcs para compartilhar conhecimento! Parabéns. Abs, Carol Terra (www.meadiciona.com/carolterra)

Muito obrigada, Carol! E hoje logo mais tem a cobertura do segundo dia! Abraço!

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