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Assistimos nos noticiário no mês de maio a notícia de que uma das mais tradicionais fábricas de sapatos do Rio Grande do Sul, a Azaléia, iria fechar suas portas. Com isso, cerca de 800 trabalhadores que dependiam da empresa para viver foram demitidos. Segundo os próprios funcionários entrevistados, a empresa comunicou-os somente no dia da demissão, no fim de um turno de trabalho, que a unidade não iria mais operar os serviços que vinham realizando há mais de 50 anos.
Com a instabilidade econômica mundial instaurada nos últimos anos, acompanhamos diversas empresas que reduziram seu quadro de funcionários ou até mesmo fecharam suas portas. O que acontece na Região do Vale dos Sinos é a concorrência com os produtos importados, já que o dólar está muito baixo e a dificuldade maior é se manter em um mercado tão acirrado. Consequência: é mais vantajoso para a empresa mudar sua unidade para um país em que haja mais facilidade de competir no mercado internacional. E, segundo o que dizem as notícias, é isso que irá acontecer.
A imagem da Azaléia sempre esteve aliada a uma postura responsável. Tanto no quesito externo, com ações voltadas ao bem-estar e cultura do seu público, como com seu público interno, em que a empresa se preocupava com a moradia, educação e segurança de seus colaboradores. O fato foi inusitado, pois a empresa, que sempre se preocupou com os seus colaboradores, tomou uma decisão que prejudicaria todos os seus funcionários.
É complicado pensar como seria a melhor maneira de fechar as portas de uma empresa e ainda assim manter o seu perfil focado na responsabilidade social. Ser responsável com o público interno também é manter uma transparência na comunicação com esse público, mostrando a realidade que a organização vem enfrentando, para que os colaboradores possam se planejar caso a empresa decida fechar suas portas. Se a organização já tomou todas as medidas possíveis para evitar o fechamento, uma alternativa seria ter tentado encaminhar, com o auxílio de sindicatos da área, o remanejamento desse quadro de funcionários para outras empresas do mesmo setor a fim de evitar essa crise que se abateu em cerca de 800 famílias que trabalhavam na empresa. Outra alternativa que pode ser feita nessas ocasiões, em que a demissão em massa causa um choque entre todos, é o outplacement, um serviço de consultoria para humanizar o desligamento dos colaboradores, onde um consultor qualificado orienta o ex-funcionário para amenizar os impactos da demissão e ainda tentar recolocar logo esse trabalhador na ativa novamente, tudo isso para que não haja ressentimentos do ex-colaborador para com a organização, evitando assim um impacto maior para a marca.
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