Terceira Idade: como a Comunicação encara este público?

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Nos dias 07 e 08 de Abril, participei do 1º Encontro Gaúcho de Ensino de Jornalismo e 1º Fórum Sul-brasileiro de professores do Jornalismo que aconteceu em Santa Cruz do Sul na nossa Universidade. No sábado (dia 08) tive a oportunidade de estar presente num grupo de trabalho que teve como tema trabalhos de extensão de diversas Universidades, e o que me chamou mais atenção foi um trabalho desenvolvido pelo professor Hélio Etges da UNISC com a terceira idade.

Neste projeto alunos da Universidade ensinam os idosos da região a trabalharem com várias mídias, como jornal, rádio e cinema. Eles aprendem sobre as técnicas e produzem os seus produtos midiáticos, como por exemplo, o "Calhambeque Musical", um programa de rádio produzido por eles relembrando músicas que fizeram sucesso na sua época. A nossa colega Michele Roth participa também deste trabalho, que visa mostrar a este público o potencial de aprendizado que estes "vovôs" ainda possuem e que em nenhum momento podemos pensar neles somente como pessoas que esperam o final da vida abandonados em um asilo.

Depois da explanação do professor Hélio sobre o projeto, comecei a me questionar algumas coisas: o que hoje a comunicação está fazendo por este público? Enquanto Relações Públicas inseridos no mercado de trabalho, estamos analisando as necessidades deste público potencial? Quais são as necessidades dos idosos de hoje? Que fatia do mercado eles representam? A opinião pública leva em conta o que eles pensam?

Realmente foi um turbilhão de perguntas que me vieram à mente, mas após refletir, pesquisar e trocar informações com outras pessoas cheguei a conclusão que a área da Comunicação é uma das poucas que ainda não está agindo frente à potencialidade deste público. A saúde, claro, está a frente de todas, a economia já os percebeu como grande consumidores, mas e a Comunicação? Muito pouco, para não dizer nada.

Segundo a legislação brasileira, idoso é considerado, "pessoa com idade igual ou superior a 60 anos". Este número não para de crescer no nosso país e já ultrapassa os 10 % da população total. Entre os anos de 1940 e 2006, o número de idosos registrados no Brasil cresceu cerca de 11 vezes, passando de 1,7 milhão para 18,5 milhões. A previsão é que em 2025 esse número esteja na casa de 64 milhões de pessoas. Em 2050 estima-se que um em cada três brasileiros seja idoso. Estamos preparados para esta nova realidade?

Paulo Cidade, sociólogo e gerente da Indicator GfK, com base em dados de uma pesquisa realizada com 1,8 mil homens e mulheres com mais de 60 anos nas grandes regiões metropolitanas do país nos coloca a seguinte informação. "Tradicionalmente, as pesquisas de mercado descartam as opiniões daqueles com mais de 60 anos, desprezando uma parcela da população que se revela mais importante nas decisões do lar do que se imagina" e o mais alarmante, "As entrevistas revelaram que os idosos têm um caráter fortíssimo de formadores de opinião, geralmente cuidam dos netos para que os filhos possam trabalhar, influenciando assim toda a família" concluiu Cidade.

Com estas informações, pare para pensar como você Relações Públicas ou futuro profissional da Comunicação está interagindo com este público. Temos que refletir que os teens de hoje serão nossos idosos de amanhã.


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Fonte: Revista Meio & Mensagem, O poder da terceira idade por Paula Grinover.

Portal da Terceira Idade, Diálogo Aberto por Maria Terezinha Santellano.

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