Sustentabilidade corporativa

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Tanto se escuta e pouco se entende de fato. A palavra, já demasiadamente dita, ainda ecoa nas salas dos gestores empresariais como um grande labirinto. Afinal, como a empresa pode trabalhar o conceito de sustentabilidade?

Antes de qualquer coisa, vamos pensar o termo na sua origem e o repassar para outras áreas da vida que a empregamos: a relação com a minha família é sustentável? E com os meus amigos? Eu contribuo para estas amizades serem sustentáveis?

Assim como na vida pessoal, de igual maneira se dá nas empresas. A forma como a empresa se relaciona com os fornecedores é sustentável? E com os colaboradores? Ou haverá um momento de grande revolta que resultará numa greve? E a comunidade? O que a empresa tem feito por ela? Sim, pois sem a comunidade, sem ambiente e sem cenário, nenhuma empresa existe.

Dentro da Comunicação Empresarial e abrangendo especificamente áreas de Gestão Estratégica das Relações Públicas definimos a sustentabilidade corporativa através do entendimento do conceito de relacionamento, ou seja, a forma como a empresa estabelece e mantem relações com os seus diversos stakeholders – todos os públicos ligados à empresa. Porque são estes mesmos que dão LICENÇA para a empresa operar. Sem o consentimento deles, nenhuma empresa é sustentável.

O poder e a legitimidade destes públicos que se relacionam com a empresa tendem somente a aumentar, e para isso, exige que os gestores e empresários estejam cada vez mais alinhados com os interesses e os assuntos em comum. Isto é resumido na postura socialmente responsável que a empresa adota.

O mercado financeiro também colabora para reiterar esta inclinação: os Fundos de Investimentos Socialmente Responsáveis aumentaram cerca de 320% de 1995 a 2007. O que isso quer dizer? Que o mercado prefere as empresas preocupadas e não apenas isso, escolhe aquelas que de fato impactam a sociedade.

Trabalhar com impacto social é diferente do que trabalhar apenas dados numéricos. A sua empresa tem transformado a vida das pessoas que estão ligadas à ela? Ou a sua empresa tem apenas números a apresentar? Cuidado! A verdadeira sustentabilidade corporativa se dá quando impactamos – mudamos – o mundo, e se apenas dados quantitativos são avaliados, a verdadeira mudança permanece obscura.

O que é, afinal, trabalhar a chamada triple bottom line (os tão famosos pilares da sustentabilidade: ambiental, social e econômico) se não gerir mudança na vida de todas as pessoas envolvidas no processo da sustentabilidade? E a mudança só acontece quando estamos realmente envolvidos, relacionados.


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* Este texto originalmente foi publicado no Jornal Gazeta do Sul no Caderno Sustentabilidade do dia 29/03/2011.

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