Uma arte na gestão de relacionamentos, é isso que realmente caracteriza um profissional de Relações Públicas. Sabemos que o relacionamento organizacional para ser planejado, posto em prática e posteriormente mensurado necessita de recursos "$$" por parte da organização. Algumas poucas dispõem de Relações Públicas trabalhando diretamente com relacionamento, como é o caso do Grupo RBS que possui uma analista de relacionamento, que inclusive foi foco de minha monografia. Fiz um estudo que procurava identificar como os demais profissionais da comunicação corporativa do Grupo RBS (Rede Brasil Sul de Comunicação) avaliavam o trabalho da analista de relacionamento e o que para eles é uma ação de relacionamento.
Passado o estudo, tenho em mente uma posição clara: não é o evento que deveria ser o carro chefe do relacionamento, o evento é uma das muitas ações de relacionamento. Me preocupa, e isto foi questionado em minha banca, o quanto isso é passado aos alunos como se fosse muitas vezes a única maneira de se relacionar. Me frusta o evento estar ligado ao "estar se relacionando" tão fortemente. Parece que é uma posição já adotada por profissionais e organizações, e que virou rotina, uma regra. Ora, temos tantas outras armas, tantos artifícios, de baixo custo para a organização e que talvez podem soar como inovadoras para nossos públicos, e isso que me fascinou durante o estudo, conhecer estas outras ações, que profissionais podem se utilizar para fazer com que o stakeholder se aproxime e tenha uma relação de empatia com a organização. Sabem como encontrei estas ações? Através de curiosidade e do livro "Relações Públicas, teorias, contextos e relacionamentos" França, Grunig e Ferrari (2009).
Outros livros também relatam este contexto, mas sugiro, aos interessados, em especial este. Lembro de uma ação que é a chamada "acessibilidade" onde os stakeholders tem acesso a organização de uma maneira diferente, são convidados a participar da rotina dela, como ler cartas e atender telefonemas. Um outro exemplo também onde o profissional pode, juntamente com seus públicos estratégicos, compartilhar e propor melhorias a própria comunidade, discutindo os problemas emergentes, uma maneira de ser participativo na comunidade e semear esta semente para outras organizações. E o custo destas ações? Baixas, extremamente baixas. A transformação do mundo corporativo é baseada na competitividade, na produtividade e na redução de custos, e isso exige que nós, Relações Públicas, sejamos flexíveis, trazendo novos parâmetros de relacionamentos para as organizações.
O relacionamento contribui diretamente com a imagem da organização, e é difícil de ser mensurado para os gestores. Os autores deste mesmo livro citado anteriormente, propõem criar uma escala de atributos oriundos do relacionamento para mensuração. Uma escala que ilustre as vezes em que as partes envolvidas tem um controle sobre a outra, quantas vezes transpareceu um grau de confiança, de satisfação, de comprometimento entre as partes e se houve, durante a ação, um sentimento de troca, onde as duas partes se beneficiam mutuamente. Se este retorno for positivo é uma característica que o relacionamento está dando retorno para a organização.
Como comentado, o relacionamento é uma arte e precisamos ser artistas inovadores. Não quero desmerecer um evento, eu mesma já participei de vários que visavam um melhor relacionamento. Um evento também pode ter um baixo custo. Lembro de um evento que participei em sua organização, criado para reunir os profissionais já formados em Relações Públicas e graduandos da atividade, que visava o discurso da profissão através de uma mesa redonda com os já formados. Através de contatos, conseguimos com que o evento custasse para a organização apenas R$120,00, barato não? Aí entra também a colaboração de quem topou em participar.
Quero terminar dizendo que uma ação de Relações Públicas eficiente alcança os resultados esperados de maneira adequada resolvendo os problemas de acordo com os custo/benefício, criatividade e relacionamento.
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As fotos abaixo são do evento comentado, realizado em novembro de 2008.
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