A Memória Organizacional como estratégia de relacionamento com o Público Interno

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Finalizei meu trabalho de conclusão do Curso de Comunicação Social – Hab. Em Relações Públicas final do ano passado, com apresentação para a banca e nota final 10. Achei interessante compartilhar a conclusão deste trabalho aqui no blog, tanto por ser um assunto relativamente novo, mas também por ter resultados bastante interessantes que servem tanto para nós profissionais debatermos, como para o meio acadêmico. Então lá vai...


Interessante é iniciar um trabalho desta profundidade com apenas alguns problemas e algumas suposições que muitas vezes achamos não serem reais, mas ao final da pesquisa, por meio das referências bibliográficas e da parte prática do trabalho, percebe-se que a teoria construída por você mesmo, tem fundamento e pode ser ainda muito aprofundada. No meu caso, constatei que a memória organizacional na região do Vale do Rio Pardo está ocupando um espaço estratégico dentro das instituições, sendo que esse trabalho está cada vez mais se ligando aos profissionais da comunicação, ampliando, dessa forma, as oportunidades de atuação nessa área. Além disso, quando essa memória organizacional vem carregada de depoimentos, isto é, de relatos orais, ela oferece a empresa vários benefícios, sendo que um deles é a valorização do colaborador, conforme constatado em nossa análise.


A Memória Organizacional, por meio dos relatos orais, é na verdade a oportunidade de a empresa trabalhar de forma estratégica o relacionamento com seu público interno. Outro ponto muito curioso é que o uso de encartes comemorativos está se tornando quase que tradição em nossa região, uma vez que já se percebeu em estudos anteriores outras iniciativas por parte de outras empresas. Contudo, é preciso atentar para as especificidades de cada empresa que trabalha o resgate de memória. Não se pode produzir generalizações. Aqui neste estudo é positivo ver que nossa região está se diferenciando de outras partes do país ao trabalhar a história das empresas por meio de encartes comemorativos e, principalmente, por meio do uso das narrativas orais para o relacionamento com o público interno.


Então, é difícil se construir a memória organizacional só com arquivos históricos. É preciso procurar nas pessoas os detalhes da história que cada um tem para contar, as experiências vividas que permanecem vivas através de sentimento e emoção de cada indivíduo. Percebe-se nos funcionários entrevistados através dos seus depoimentos que todos falam do acolhimento, do orgulho de estar ali, de se sentirem valorizados, de considerarem a empresa sua segunda família.

É com louvor que este trabalho finalizou com a percepção de que está havendo resgate histórico na região Vale do Rio Pardo e que, principalmente, são os profissionais da comunicação que estão trabalhando isso de forma estratégica, semelhante aos trabalhos desenvolvidos na região do Sudeste. O entendimento da importância da construção da memória organizacional como importante ferramenta de relacionamento interno está evoluindo, valorizando assim os colaboradores. É desta forma, que nos parece que inicia a história de uma empresa, isto é, são as pessoas envolvidas com a instituição que fazem a história, elas que ajudam a escrever e manter viva essa memória organizacional.


Finalizo este post com algumas indagações que ao final do trabalho surgiram e que ainda podem servir como tema para muitos trabalhos: será que o jornal, por meio de encartes comemorativos, ocupa um espaço maior em instituições que não possuem a estrutura de endomarketing e de profissionais de Relações Públicas? Será que a memória organizacional não deveria ser o ponto chave para se trabalhar outras ações estratégicas de comunicação, isto é, na verdade o planejamento estratégico de comunicação não deveria partir de acordo com a história de cada instituição? Uma vez que é a memória que tem a base da empresa, os valores a serem resgatados e que deveriam permear todas as atitudes tomadas tanto da direção como funcionários. Além disso, sabemos que hoje a região do vale do Rio Pardo, mais especificamente Santa Cruz do Sul, segundo dados do IBGE (2010) têm-se uma média salarial mais alta do país, será que isso significa funcionários mais satisfeitos? E, ou mesmo com salários mais altos ainda há uma insatisfação por parte dos funcionários? São questões muito interessantes, que devem ser trabalhadas, pois são a partir delas e de outros estudos de comunicação que mostram ao mercado a importância desses profissionais.

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